O presidente da Central Unitária de Trabalhadores para a região de Copiapó, Javier Castillo, assegura que o Governo sabia dos riscos que existiam na mina San José, onde 33 mineradores ficaram presos por 70 dias.
“Tivemos uma reunião com a ministra do Trabalho [Camila] Merino, e falamos dos riscos dessa mina e que apesar da quantidade de acidentes, mortes e desmoronamentos, sempre se punha na balança o fato de manter os empregos às custas das vidas dos operários”, disse Castillo.
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“Isso foi conversado com a ministra Merino”, ressaltou o dirigente em declarações ao site da Rádio Cooperativa, frisando que as autoridades foram informadas sobre o risco da jazida antes do acidente.
Castillo disse que no mesmo dia da reunião, 1 de julho, os trabalhadores também alertaram o ministro da Mineração, Laurence Golborne, sobre as irregularidades, e que em 5 de julho, após o acidente com Gino Cortés, que perdeu uma perna na mina, tentaram conversar novamente com Golborne, mas ele não os recebeu.
O dirigente da Central de Copiapó afirmou que na última vez que tentaram falar com o ministro, foram recebidos pela secretária da chefe de gabinete de Golborne.
“Demos a ela detalhes sobre o acidente e dissemos que era urgente e necessário que se tomassem medidas na empresa San Esteban, dona da jazida San José, já que se estavam começando a se repetir ciclos de perigo, e ela tomou nota”, acrescentou.
Castillo afirmou que todos estes antecedentes já foram informados à Comissão da Câmara dos Deputados que investiga as causas e as responsabilidades do acidente com os 33 mineradores.
Na quinta-feira passada, o advogado Edgardo Reinoso revelou que os operários processarão os donos da mina e as entidades públicas envolvidas na reabertura da jazida em 2008.
O advogado explicou que a iniciativa se baseia fundamentalmente nas declarações da ministra do Trabalho, que assinalou que o Governo tinha informações antecedentes de “que a mina não deveria estar aberta”.
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