A França vive um dia de greves nos transportes e nas escolas, além de manifestações em defesa do salário, emprego e aposentadoria, dois dias depois da derrota da direita nas eleições regionais.
Cinco grandes sindicatos convocaram os trabalhadores do setor público e privado em defesa “do emprego, do poder aquisitivo, das aposentadorias e das condições de trabalho”.
Centenas de manifestações acontecem em Paris e nas principais cidades do país.
Guillaume Horcajuelo/Efe
Centenas de trabalhadores do setor público e privado se manifestam em Marselha, sul da França
O tráfego ferroviário foi reduzido durante a manhã, em particular nos trens regionais, mas os trens internacionais de grande velocidade (TGV) com destino a outros países funcionavam normalmente.
Na educação, os sindicatos esperam uma forte adesão à greve para protestar contra o fim de postos de trabalho, depois que o governo decidiu não substituir um de cada dois funcionários públicos que se aposentam.
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Em Paris, metrô e ônibus tinham funcionamento praticamente normal, mas os trens suburbanos eram afetados.
O dia de protestos na França, que tem índice de desemprego de 10%, é o primeiro teste para o novo ministro do Trabalho, Eric Woerth, nomeado ontem pelo presidente Nicolas Sarkozy, dentro de uma reforma ministerial de caráter limitado após a derrota da direita nas urnas.
Mas os sindicalistas disseram que a reforma não melhora a situação econômica do país, e acusam Sarkozy de não ter entendido que o clima político na França mudou.
“Desde domingo escutamos (a centro-direita) dizer: 'Vamos manter nosso rumo'. Eles não estão escutando e isso representa um problema real”, afirmou Bernard Thibault, presidente da central sindical CGT, que lidera os protestos.
Ele sugeriu que Sarkozy convoque patrões e empregados para discutirem formas de melhorar os salários, e alertou o governo a esperar resistência ao seu projeto de reforma previdenciária.
“Estou convencido de que não podemos impor uma reforma das pensões baseada exclusivamente em critérios contábeis e financeiros”, afirmou ele a uma rádio. “Uma reforma será muito complicada.”
Derrota eleitoral
A derrota da União para um Movimento Popular (UMP) e dos aliados de centro nas eleições regionais, última votação antes da eleição presidencial de 2012, obrigou Sarkozy a realizar mudanças ministeriais, consideradas mínimas, no entanto.
Nas regionais de 14 e 21 de março, a esquerda venceu em 23 das 26 regiões francesas com 54% dos votos, contra 35% para a direita.
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