A morte de um bebê de três meses, duas crianças e um jovem de 28 anos, vítimas da gripe A, mudou a estratégia de combate à doença do Ministério da Saúde da Argentina, onde o número de casos já chega a 871.
“A mudança faz parte da luta para mitigar os efeitos e os novos contágios da gripe A”, disse ao Opera Mundi a ministra Graciela Ocaña. “Vamos focar nos grupos de risco para termos um controle mais firme do que está acontecendo na Argentina”, afirmou, referindo-se às classes mais pobres da região metropolitana da capital, onde viviam todas as vítimas.
A ministra afirmou que é preciso fortalecer ainda mais “a campanha de informação sugerindo às pessoas, nessa nova fase, o isolamento voluntário dos casos suspeitos para evitar mais contágios”. Segundo ela, é necessário evitar lugares com intenso tráfego de pessoas.
Graciela foi encarregada de dar a notícia das mortes, que eram previstas dadas as más condições de saúde dos pacientes.
O bebê morreu na segunda-feira (15). Era uma recém-nascida prematura que havia chegado ao hospital Posadas, numa zona populosa da periferia da capital Buenos Aires, com um quadro de problemas respiratórios causado pelo nascimento prematuro.
O bebê, cujos pais são de origem humilde, foi atendida num hospital, no qual permaneceu, a princípio, numa sala comum, em contato com outras pessoas, e só foi para a UTI quando seu quadro piorou.
Até agora, os médicos não souberam determinar o que chamam de “nexo epidemiológico”, mas consideram que o fato de ser um paciente de risco tornava previsível que o contágio fosse inevitável.
A ministra reconheceu que havia outros quatro pacientes em estado crítico e deixou transparecer que poderia haver mais uma morte. A notícia sobre um novo óbito por não tardou a ser confirmada: um jovem de 28 anos, na manhã de terça, também na província de Buenos Aires.
Na noite do mesmo dia, o ministério confirmou mais duas mortes: uma menina de 9 anos e um menino de 12, ambos da região chamada “conurbano” de Buenos Aires. O ministério informou apenas que eram pacientes de risco, com patologias prévias que os deixaram mais vulneráveis à gripe.
Vírus mais agressivo?
O jovem, cujo nome não foi divulgado, havia sido submetido a um transplante de medula em 2000. Em 5 de junho passado, havia ingressado na Unidade de Transplantes de Medula Óssea do Hospital Rodolfo Rossi, na cidade de La Plata, com sintomas de febre. Após uma série de exames, verificou-se que tinha gripe A e não respondia ao tratamento.
Por outro lado, o secretário de Saúde da Província de Buenos Aires, Claudio Zin, descartou a hipótese de que os casos fatais registrados obedeçam ao fato de o vírus A (H1N1) “ter se tornado mais agressivo” e afirmou que o problema é que esses casos estão atingindo um grupo mais vulnerável da população.
Nesse sentido, as autoridades nacionais de Saúde anunciaram que por causa do “alto nível de circulação do vírus na área metropolitana (capital federal e arredores), serão realizados testes confirmatórios da gripe A somente nos chamados grupos de risco”. É por isso que se decidiu revogar a suspensão das aulas em escolas públicas e privadas da região metropolitana.
(Atualizado às 14h33 de quarta-feira, 17)
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