Um dos 33 mineiros chilenos que em 2010 ficaram presos por dois meses a 700 metros de profundidade numa mina do país, disse que o grupo pensou eu recorrer ao canibalismo nos primeiros dias de clausura, quando ainda estavam incomunicáveis.
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“Íamos fazer isso com quem caísse primeiro, isso que combinamos, o que caísse primeiro… Os demais iriam chegar ali, iguais a animaizinhos”, explicou Samuel Ávalos num documentário transmitido neste domingo (09/10) na TVN (Televisão Nacional do Chile).
O filme, chamado “17 dias enterrados vivos”, foi produzido pela TVN em parceria com a BBC. Sua divulgação aconteceu a quatro dias de se completar o primeiro aniversário do resgate, que em 13 de outubro de 2010 despertou a atenção do mundo inteiro.
Neste novo documentário, são lembradas as duas primeiras semanas após o acidente ocorrido em 5 de agosto do ano passado na mina San José, período no qual os trabalhadores permaneceram sem contato com o mundo exterior e ninguém sabia se estavam vivos ou mortos.
Durante esses dias, os mineiros tiveram que racionar a pouca comida que tinham e sobreviveram comendo duas colheradas de atum em conserva a cada 48 horas, meio copo de leite e meia bolacha.
Procurado nesta segunda-feira (10) pela Efe para comentar suas declarações, Ávalos se recusou a fazer comentários. A possibilidade dos mineiros recorrerem ao canibalismo já tinha sido ventilada no último mês de fevereiro, quando o correspondente no Chile do diário britânico The Guardian, Jonathan Franklin, autor do livro “33 homens”, falou sobre essa ideia.
O caso lembra o dos jogadores de rugby uruguaios que em 1972 sobreviveram no Chile a um acidente de avião na cordilheira dos Andes e praticaram o canibalismo antes de serem resgatados.
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