Membros de grupos opositores sírios realizaram uma série de ataques contra o exército do país neste domingo (28/10), informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos à AFP. Mais uma vez o acordo de cessar-fogo durante o feriado muçulmano de Eid al-Adha, que começou na sexta-feira, foi rompido.
As forças opositoras tomaram controle de três postos militares no subúrbio de Douma, fora de Damasco, e mataram quatro soldados em outro posto na região, disse o órgão. Os aviões do governo de Bashar Assad realizaram três ataques nas cidades de Irbin, Zamalka e Harasta, de onde o exército está tentando desalojar os rebeldes há semanas, de acordo com o grupo.
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O acordo foi desrespeitado poucas horas depois de começar com confrontos, bombardeios e ataques de carros-bomba. No sábado, 114 pessoas morreram, sendo 47 civis, 36 soldados e 31 rebeldes, disse o Observatório. De acordo com a entidade, mais de 35 mil pessoas foram mortas durante o conflito na Síria, que começou com os levantes contra o regime e evoluíram para uma guerra civil.
Brahimi
O mediador internacional da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, deverá consultar Moscou nesta segunda-feira (29/10) para abordar, entre outros assuntos, a aplicação da trégua durante os quatro dias de Festa do Sacrifício muçulmana.
Brahimi se reunirá com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que lhe pediu, assim como a seu antecessor no cargo, Kofi Annan, para convencer a oposição síria a abrir mão da luta armada e buscar um diálogo com Assad. Segundo o porta-voz dachancelaria russa, Aleksandr Lukashevich, ambos os diplomatas falarão sobre “os passos práticos para a regra do conflito na Síria”.
Moscou mantém que qualquer plano de regra do conflito deve estar baseado nos acordos de Genebra, ou seja, em um cessar-fogo permanente que permita a criação de um governo de transição formado por membros do atual governo e da oposição armada. Na última semana, o vice-ministro das Relações Exteriores, Gennady Gatilov, expressou seu apoio à proposta de Brahimi e, inclusive, manifestou o desejo de Moscou que a trégua temporária se estendesse depois dos quatro dias da festa muçulmana.