A decisão do governo peruano de antecipar em duas semanas as férias escolares do meio do ano por causa da gripe A (H1N1) tem gerado medo na zona amazônica do Peru. Os pais dos alunos não querem que os estudantes retornem às escolas ao final das férias, para evitar o contágio pelo vírus.
A informação foi fornecida ao Opera Mundi pelo diretor de uma escola na comunidade de Imacita, a cerca de 19 horas ao nordeste de Lima.
Repartição da Direção de Saúde em greve em Jaén, cidade intermediária entre a selva e a serra ao norte do Peru
Além disso, autoridades de saúde e educação anunciaram na quinta-feira (23) que as férias vão se postergar até o dia 10 de agosto, apesar de a volta aos colégios estar prevista anteriormente para 3 de agosto.
O ministro de Saúde, Oscar Ugarte, garantiu na quarta-feira (22) que a antecipação das férias ajudou a reduzir a porcentagem de transmissão do vírus em menores de 18 anos. “Graças a essa medida, temos alcançado um efeito positivo, pois a maior parte dos que contraíram a doença eram crianças na etapa escolar”, disse.
Na semana passada, diretores de escolas de cidades e comunidades da Amazônia tinham feito um acordo com as autoridades de educação para repor algumas aulas durante as férias do meio do ano, já que os alunos ficaram dois meses afastados da escola por conta da paralisação organizada que exigia a derrogação de dois decretos a respeito da exploração de recursos naturais em terras da região amazônica. O acordo, porém, não será cumprido, vide a ordem governamental de fechar as escolas neste período.
Leia também:
Congresso peruano derruba leis que geraram protestos indígenas
“Informaram que quem não aceitar (a suspensão de aulas) irá ser processado por desacato à autoridade, isto é, três anos de privação de liberdade”, comentou, incomodada, outra diretora de escola, desta vez na comunidade indígena de Chiriaco, a aproximadamente três horas de Bagua.
Foco não está na selva
As famílias da etnia awajún, preocupadas com a saúde dos filhos, temem o contágio pelo vírus da gripe A, mas dos 2.944 casos registrados no país, poucos são provenientes de moradores da selva.
Segundo a Direção de Epidemiologia do Ministério de Saúde, até o dia 22 de julho havia dois casos do departamento (estado) de Amazonas, três em Loreto, que faz fronteira com o Brasil, e dois em Madre de Dios, também perto da divisa brasileira.
NULL
NULL
NULL