Atualizado às 12:30
O Hamas e os outros grupos palestinos aceitaram na manhã deste domingo (27/07) a proposta da ONU de cessar-fogo humanitário de 24 horas, que terá início às 14h locais (8h de Brasília), anunciou o porta-voz do grupo, Sami Abu Zuhri. Agência Efe, Aljaazera, RT e Washington Post confirmaram a informação.
A decisão foi tomada, segundo Zuhri, após as organizações levarem em conta a situação local e o apelo do enviado especial da ONU à região, Robert Serry.
A comunicado foi anunciado poucas horas após Israel suspender a trégua humanitária e retomar a ofensiva militar na Faixa de Gaza, após o Hamas e outrou grupos palestinos terem disparado foguetes contra o território israelense.
No entanto, de acordo com a imprensa norte-americana, o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou o aceite de trégua humanitária do Hamas e disse que “os próprios palestinos não respeitam a pausa proposta”.
“Eles violaram o cessar-fogo de ontem (26). Dispararam mísseis logo após anunciarem hoje (27) que queriam uma pausa humanitária”, disse em entrevista à rede CNN. “Vamos continuar com as nossas operações. Vamos fazer o que for possível para proteger a população”, disparou.
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“Depois do disparo incessante de foguetes pelo Hamas durante a trégua humanitária (declarada unilateralmente à meia-noite por Israel), o Exército retoma agora as atividades por ar, terra e mar na Faixa de Gaza”, diz um comunicado oficial israelense à imprensa.
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Assim como no início das operações militares contra os palestinos, o governo israelense pediu à população civil para não se aproximar das zonas de combate.
Uma fonte militar consultada pela Agência Efe comentou, após o lançamento de foguetes no começo da manhã contra a região metropolitana de Tel Aviv, que “parece que o Hamas não está interessado na trégua humanitária”, ao que seguiu, uma hora depois, o anúncio oficial que ela estava anulava.
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“O Exército se conteve bastante e durante horas o Hamas lançou foguetes contra Ashdod, Ashkelon, Tel Aviv, Petahtikva e a região de Hasharon”, disse a fonte militar.
Ontem (26), logo após Israel anunciar que prorrogaria o cessar-fogo, o Hamas não confirmou que aceitaria a trégua. O porta-voz do grupo islâmico, Osama Hamdan, afirmou que o acordo só teria validade se o governo israelense apresentasse garantias, pois “as Forças Armadas de Israel atacaram a Faixa de Gaza mesmo com o cessar-fogo estabelecido”, disse em entrevista à rede CNN.
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De acordo com informações da Agência Efe, com o fim da trégua humanitária pelo menos três palestinos morreram hoje após ataques israelenses na Faixa de Gaza. Uma das vítimas, segundo fontes militares israelenses, é um comandante da Jihad Islâmica, que morreu em um ataque aéreo na cidade de Khan Yunes.
O número de palestinos mortos na ofensiva israelense – chamada de Limite Protetor – subiu na noite deste sábado para 1.147, e o de feridos, a mais de 6 mil, informou o Ministério da Saúde em Gaza e divulgadas oficialmente pelas agências Efe e AFP.
Nas últimas 24 horas, o número de mortos na região é de mais de 130 – a imensa maioria civis que foram desenterrados sob escombros de casas e prédios destruídos pela ofensiva israelense.