Robert Boyle, filósofo natural irlandês que se destacou pelos seus trabalhos no âmbito da físiica e da química, morre em Londres em 30 de dezembro de 1691.
Boyle nasceu no castelo de Lismore, na Irlanda em 25 de janeiro de 1627. Era o sétimo filho do Conde de Cork, um dos homens mais ricos do mundo. Para garantir que seus filhos não ficassem mimados, o Conde os levou para serem criados por famílias pobres. Dos seis meses aos quatro anos de idade, Boyle morou na casa de uma família de camponeses irlandeses. Foi educado por professores particulares até os oito anos, estudando depois na Inglaterra, em Eton, durante três anos.
Aos 20 anos, mudou-se para Londres e se associou a um grupo de cientistas experimentais. Acreditava firmemente que o futuro da ciência estava no método experimental. Seu lema, ”nada pela mera autoridade”, rejeitava a idéia de que os livros antigos tinham todas as respostas. O grupo conduzia palestras informais nas casas dos participantes, e Boyle o chamou de “o colegiado invisível”.
Em 1654, Boyle se mudou para Oxford para ficar mais perto dos defensores da ciência experimental. Com a ajuda do brilhante Robert Hooke, construiu uma bomba de ar aperfeiçoada. Juntos, provaram que o som não viaja no vácuo e confirmaram o argumento de Galileu de que, sem a resistência do ar, uma pena e um punhado de chumbo caíam na mesma velocidade. Boyle admitiu que tinha sido incapaz de continuar seus estudos sobre a respiração no vácuo porque não conseguia impingir sofrimento aos animais. Publicou suas descobertas em Touching the Spring of the Air (Sobre a Elasticidade do Ar, 1660). O livro continha a lei de Boyle, que diz que o volume de um gás varia na proporção inversa à sua pressão.
As maiores conquistas de Boyle foram na química. Definiu como substância o elemento que não pode ser quimicamente reduzido a outras substâncias simples e que não pode ser produzido por meio da combinação de duas ou mais substâncias simples. Seu livro, The Sceptical Chemist (O Químico Cético, de 1661), marcou o início da química moderna.
Boyle incentivou seus colegas cientistas a relatar seus experimentos rapidamente para que outros pudessem conhecer suas descobertas. Em 1663, foi líder da campanha para oficializar a Sociedade Real como corpo científico formal, nos moldes do “colegiado invisível”. Em 1668, voltou a Londres e montou um laboratório de química em sua casa. Boyle descobriu o elemento inflamável fósforo e criou o primeiro palito de fósforo.
Além destas investigações científicas, Boyle aprendeu hebraico, grego e aramaico para poder estudar as Escrituras. Recebeu propostas para ocupar diversos cargos, como reitor de Eton e presidente da Sociedade Real, além de um posto na lgreja Anglicana, que recusou. Boyle nunca se casou. Ao morrer, em Londres, deixou em testamento seus equipamentos científicos para a Sociedade Real e fundos para a realização de palestras por um ano, com o objetivo de “comprovar a religião cristã contra o ataque de descrentes”.
Dentre as descobertas científicas de Boyle podemos citar: a lei dos gases; um indicador colorido para os ácidos (xarope de violeta); o enxofre; um melhoramento da máquina de Otto von Guericke; a “bomba de ar” ou “bomba de vácuo”; um melhoramento do termômetro de Galileu; o abaixamento do ponto de ebulição dos líquidos no vácuo; uma explicação do paradoxo hidrostático; uma refutação das teorias de Aristóteles sobre os quatro elementos; a acetona; o isolamento do hidrogênio; a prova que o ar é uma mistura; a primeira noção de elemento químico, a fosfina; o sulfato de mercúrio; o álcool metílico; a sublimação da água.
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