Em 16 de outubro de 1949, termina a guerra civil na Grécia, entre os comunistas e as tropas monarquistas apoiadas pela Inglaterra e depois pelos Estados Unidos. Washington iria controlar a área durante cerca de 20 anos, organizando a seu favor a reconstrução do país, até o golpe militar de 1967.
A guerra civil foi travada de 1946 a 1949 e envolveu as forças armadas do governo monárquico contra o KKE (sigla em grego para Partido Comunista da Grécia) e seu braço armado, o DSE (Exército Democrático da Grécia), junto com a maior organização de resistência antifascista, a EAM (Frente Nacional de Libertação) e seu braço armado, o ELAS (Exército Democrático da Grécia).
Os combates, iniciados em 1943 contra a ocupação alemã e italiana, prosseguiu após a Segunda Guerra Mundial diante do vácuo de poder criado com a expulsão do Eixo. Com o governo grego no exílio (inclusive o rei Jorge II) incapaz de influenciar a situação doméstica, surgiram vários grupos de resistência, de diferentes filiações políticas – principalmente monarquistas e comunistas.
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Depois da ocupação, surgiu um clima de confrontação entre os dois lados, com acusações mútuas de terrorismo. O governo monárquico no exílio retorna e disputa com os comunistas o controle do país. Os monarquistas, com ajuda britânica, conseguiram manter as duas maiores cidades, Atenas e Salônica. Já os comunistas controlavam praticamente todo o resto da Grécia.
Em 1945, um acordo entre os partidos gregos, o Pacto de Varkiza, assinado sob pressão britânica e soviética, previu a desmobilização completa de todos os grupos paramilitares, anistia para crime políticos, eleições legislativas e um referendo para decidir o futuro da monarquia. O KKE boicotou as eleições propostas pelos conservadores e se recusou a entregar as armas. Muitos partizans esconderam armas nas montanhas e 5 mil escaparam para a vizinha Iugoslávia.
As eleições de março de 1946 deram origem a um governo de centro-direita e o referendo, em setembro, restaurou a monarquia, sob Jorge II. Os comunistas então levantaram-se nas montanhas da Macedônia e no Épiro, onde estabeleceram um governo revolucionário. Apesar do fracasso inicial dos governistas até 1948, o aumento da ajuda norte-americana ao governo grego, a falta de recrutas para os comunistas e os efeitos colaterais da ruptura Tito-Stalin, levaram à derrota dos rebeldes.
A guerra civil deixou o país em estado pior do que se encontrava no final da ocupação nazista. A Grécia ficou politicamente dividida até meados dos anos 1970, durante a ditadura dos coroneis. A vitória final do Ocidente, que apoiara as forças do governo, levou à adesão da Grécia à OTAN, e ajudou a definir o equilíbrio de poder no mar Egeu ao longo de toda a Guerra Fria.
A guerra civil grega representou o primeiro exemplo de interferência ocidental na política interna de um país estrangeiro no pós-guerra. Para outros, marcou o primeiro teste do chamado acordo de porcentagens, feito em Moscou entre Churchill e Stalin, referente à distribuição de esferas de influência nos Bálcãs.
Outros fatos marcantes da data:
1793: Acusada de traição, Maria Antonieta é condenada à guilhotina
1925 – Assinatura dos acordos de Locarno que garantem as fronteiras estabelecidas pelo Tratado de Versalhes
1998 – Pinochet é preso na Inglaterra
1978 – Pela primeira vez em 456 anos a Igreja elege um papa não-italiano, o cardeal polonês Karol Wojtyla
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