O empresário italiano Diego Attanasio, testemunha-chave do caso Mills, voltou neste sábado (18/06) a negar os argumentos apresentados pelos advogados de Silvio Berlusconi para a defesa deste processo, que julga o primeiro-ministro da Itália por suposta corrupção em ato judicial.
Como já havia feito em 2007 na outra parte do processo que condenou David Mills, o ex-advogado britânico de Berlusconi, a uma pena de quatro anos e meio de prisão, Attanasio negou no Tribunal de Milão ter sido ele quem deu ao defensor os US$ 600 mil que a acusação considera objeto da corrupção judicial.
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Segundo informa a imprensa italiana, diante da pergunta do promotor sobre se havia entregado a quantia a Mills, como sustenta Berlusconi e os seus advogados, o empresário respondeu “não” e acrescentou não saber nada sobre as movimentações financeiras feitas pelo advogado britânico.
Neste sábado, Attanasio prestou declarações como testemunha em uma nova audiência do julgamento Mills no Tribunal de Milão, na presença do próprio Berlusconi, que realizou sua sexta visita aos tribunais sem dar declarações à imprensa em sua chegada.
O depoimento do empresário é essencial no caso, pois a defesa de Berlusconi atribui a ele os US$ 600 mil que o primeiro-ministro supostamente pagou a Mills em troca de que mentisse a seu favor em dois julgamentos realizados no final dos anos 1990, permitindo que o governante fosse absolvido.
Em todo este tempo, a defesa do primeiro-ministro garantiu que o dinheiro corresponde ao pagamento feito a Mills por Attanasio para evadir impostos à Receita Federal britânica e não ter que compartilhar o mesmo com os sócios de seu escritório.
“Me pareceria estranho que um especialista em direito tributário como Mills estivesse com problemas fiscais”, afirmou o empresário durante a audiência, que foi marcada para este sábado depois que Attanasio não pôde comparecer para testemunhar em 23 de maio por razões de saúde.
O empresário já havia dado seu depoimento há alguns anos no julgamento de Mills, que foi condenado a 4 anos e 6 meses de prisão em fevereiro de 2009, embora o crime de corrupção tenha sido declarado prescrito pela Corte Suprema em 2010.
Berlusconi tem pendentes no Tribunal de Milão outros três processos judiciais: Mediatrade (suposta apropriação indébita e fraude fiscal), Mediaset (suposta fraude fiscal) e Ruby (suposto abuso de poder e incitação à prostituição de menores).
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