A morte do ex-capitão da Seleção Brasileira Sócrates ganhou tanto destaque na mídia internacional nesta segunda-feira (05/12) quanto o quinto título brasileiro obtido pelo Corinthians, clube que o projetou para o futebol e lhe rendeu uma série de homenagens.
Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira morreu na madrugada deste domingo (04/12) aos 57 anos em São Paulo, em decorrência de um choque séptico. Foi enterrado em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, cidade onde cresceu – nascido em Belém, mudou-se para o norte paulista aos dois anos.
Efe
Sócrates foi capitão da Seleção Brasileira de 1982, uma das mais queridas dos fãs brasileiros
O ex-jogador foi lembrado tanto por sua trajetória profissional – participação na Seleção de 1982 – quanto por seu engajamento político e a formação como médico paralela à sua vida boêmia.
O “Olé”, da Argentina, lembrou de sua atuação na vitória do Brasil sobre a Argentina por 3 a 1, eliminando a equipe comandada por Diego Maradona. Foi lembrado também por sua “forte atuação contra o regime militar” e classificou-o como “craque dentro e fora do campo”.
No britânico Guardian, Sócrates mereceu um obituário do decano jornalista especializado em futebol Brian Glanville. Ele destacava sua sinceridade ao se admitir um “anti-atleta”. Também foi lembrado pelo fato de nem sempre comemorar os gols ao lado da torcida do Corinthians e sua liderança no movimento da “Democracia Corinthiana” em pleno regime militar.
O El País, da Espanha, citou Sócrates como “o democrata do futebol. Até mesmo o norte-americano New York Times lembrou seu “estilo elegante” e envolvimento profundo com a política, diferenciando-o dos demais jogadores brasileiros.
O Record, de Portugal, veio com o inusitado título “Desejo de Sócrates concretizou-se”. O diário esportivo português lembra de uma frase dita pelo “Doutor” em 1983: “Quero morrer num domingo e que o Corinthians levante um título nesse mesmo dia”.
Homenagem internacional
Na Itália, durante o jogo da Fiorentina, ex-equipe do “Doutor” na temporada 1984-1985, contra o Roma, no domingo, o placar eletrônico do estádio Artemio Franchi fez uma homenagem ao ex-jogador, mostrando alguns de seus melhores momentos pelo clube. Os atletas do clube “viola”, como a equipe de Florença é conhecida, também jogaram com uma tarja preta no braço e a partida teve um minuto de silêncio.
Outro clube que também homenageou Sócrates foi o modesto Garforth Town, das divisões amadoras inglesas, por quem Sócrates jogou alguns minutos em uma partida de 2004, contra o também amador Tadcaster.
Efe
Sócrates, durante encontro com o então premiê britânico Gordon Brown
O dono do time, Simon Clifford, lembrou à BBC, em entrevista reproduzida no Guardian, que Sócrates até participaria de um segundo jogo. Porém, antes da partida, quando viu que seu “aquecimento” no vestiário se consistiu em duas latas de cerveja e três cigarros, considerou que não seria uma boa ideia coloca-lo em campo naquelas condições já aos 50 anos. “Ele era diferente. Não tinha medo de falar. (…) Participou de comícios de esquerda, discursou e foi extremamente corajoso”, afirmou.
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