* Atualizada às 12h13
O Departamento de Estado dos Estados Unidos confirmou nesta terça-feira (23/12) a renúncia do enviado especial para o fechamento do centro de detenções de Guantánamo, Cliff Sloan. Encarregado de negociar a transferência dos detentos da polêmcia base militar, o funcionário norte-americano, deixou claro, em entrevista, sua frustração com demora do processo para encerrar as atividades de Guantánamo.
“Ele nos deixa muito bem encaminhados e com um caminho claro rumo à redução da população de detidos de maneira responsável e para fechar, em última instância, o centro de detenção”, disse a porta-voz adjunta do Departamento de Estado, Marie Harf.
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Sloan foi designado em junho de 2013 como encarregado de coordenar dentro do Departamento de Estado os esforços para fechar a prisão para suspeitos de terrorismo, uma promessa eleitoral do presidente norte-americano, Barack Obama.
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Detentos na prisão de Guantánamo em janeiro de 2002
Seu objetivo era estar entre 12 e 18 meses no cargo, prazo que completou este mês, explicou Harf na entrevista coletiva diária do Departamento de Estado. A porta-voz considerou “inexatas” as informações que Sloan tenha saído frustrado pela lentidão dos progressos para fechar Guantánamo.
O jornal The New York Times, que cita funcionários próximos a Sloan, garante que a renúncia se deve à frustração pela lentidão do Departamento de Defesa na transferência dos presos que contam com o sinal verde para sua saída.
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Ainda segundo o NYT, o Pentágono alega que alguns destes prisioneiros podem regressar aos combates contra as tropas norte-americanas. O ex-secretário de Defesa, Chuck Hagel, sempre afirmou que não iria apressar as libertações, e acabou por ser substituído em novembro pelo presidente Obama, que nomeou o físico nuclear Ashton B. Carter para o cargo.
A versão de que sua saída foi motivada pela frustração com a lentidão no fechamento de Guantánamo foi rejeitada pelo próprio Sloan em entrevista ao mesmo jornal. Ele afirma que sua intenção desde o início era permanecer 18 meses no cargo e considera que, “neste momento, estamos em condições de ver um grande progresso”.
Ainda restam 132 presos no centro aberto pela administração de George W. Bush após os atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA para abrigar os detidos suspeitos de terrorismo.
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A porta-voz do Departamento de Estado lembrou que, quando Sloan assumiu o cargo, havia 166 reclusos em Guantánamo e nos dois anos precedentes só se tinha aprovado a transferência de quatro detidos, enquanto, nos últimos 18 meses, 34 foram transferidos.
Neste sentido, destacou sua “liderança” e sua “habilidade para liderar negociações diplomáticas”, que fizeram com que terceiros países recebessem os presos.
Por enquanto não há um substituto, mas, segundo a porta-voz, o nome será anunciado em breve.
*Com informações da Agência Efe, Esquerda.Net e The New York Times