O chefe do Exército argentino, César Gerardo Milani. apresentou sua carta de demissão nesta terça-feira (23/06), em meio à investigação que enfrenta pelo desaparecimento de um soldado em 1976, durante a ditadura militar do país, e que provocou uma série de críticas ao governo da presidente Cristina Kirchner, principalmente de setores de defesa dos direitos humanos.
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“Neste dia o chefe do Estado Maior General do Exército, Tenente Geral César Gerardo Milani, apresentou sua retirada efetivamente por razões estritamente pessoais”, disse o Exército da Argentina em um breve comunicado.
Milani é considerado homem chave para o governo kirchnerista e esteve por dois anos no comando do Exército. A renúncia se dá quatro meses antes das eleições nas quais o kirchnerismo tentará se manter no poder com o candidato Daniel Scioli.
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O militar é acusado de ter participado do desaparecimento de um soldado na província de Tucumán, durante a ditadura militar de 1976-1983, período no qual 30 mil pessoas foram assassinadas por razões políticas. Também há indícios de participação na tortura de outra pessoa, além de enriquecimento ilícito.
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Mobilização pedindo afastamento de Milani do cargo
Além disso, apesar de a presidente das Mães da Praça de Maio, Hebe Bonafini, defender Milani, Nora Cortiñas, dirigente das Mães da Praça de Maio (linha fundadora), o acusou recentemente de estar envolvido no sequestro e desaparecimento de seu filho.
Milani era considerado uma das maiores contradições do governo de Cristina, que teve durante como principal bandeira de sua gestão e de seu falecido esposo, Néstor Kirchner (2003-2007), a perseguição dos repressores da ditadura. Nos últimos anos, mais de 500 ex-militares foram condenados.