O governo do Irã entregou nesta quinta-feira (02/12) às potências mundiais que fazem parte do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) dois projetos sobre o processo de cancelamento das sanções e o regresso do país ao acordo nuclear.
O anúncio ocorreu no quarto dia de conversações indiretas sobre a reintegração do Irã e Estados Unidos ao JCPOA. As negociações foram retomadas após uma pausa de cinco meses em razão da eleição do novo presidente iraniano, Ebrahim Raisi.
“Eles precisam verificar os textos que fornecemos. Se estiverem dispostos a seguir com as conversações, estamos em Viena para continuar participando delas”, declarou Ali Bagheri Kani, chefe da equipe de negociações do Irã à imprensa na capital austríaca, Viena.
Nas vésperas do início das conversações, Teerã insistiu que não haveria forma de regressar ao acordo “sem um cancelamento verificável e efetivo de todas as sanções”.
Hossein Amir-Abdollahian, ministro das Relações Exteriores do Irã, disse na segunda-feira (29/11) que Teerã não aceitará outras condições que não as acordadas originalmente no tratado nuclear.
Wikicommons
Negociações ficaram cinco meses paradas durante a eleição do novo presidente do Irã, Ebrahim Raisi
O chanceler iraniano sublinhou na ocasião que o regresso dos EUA ao JCPOA não interessará ao governo do Irã se não forem oferecidas garantias de que Teerã poderá ter relações econômicas seguras com o país norte-americano.
Mais tarde, ainda nesta quinta, ele declarou que as negociações estavam “avançando com seriedade”. “Bom negócio ao alcance se o Ocidente mostrar boa vontade. Buscamos um diálogo racional, sóbrio e voltado para resultados”, disse o chanceler.
O JCPOA foi assinado em 2015 pela Alemanha, China, EUA, França, Irã, Reino Unido, Rússia e União Europeia, com o objetivo de prevenir um eventual uso de urânio por Teerã para construir armas nucleares, em troca da retirada das sanções antes aplicadas ao país.
Em 2018, o então presidente norte-americano Donald Trump retirou os EUA da lista de signatários do JCPOA e voltou a impor sanções unilaterais contra os iranianos. Teerã, por sua vez, aumentou o enriquecimento de urânio para níveis acima dos acordados no plano.
(*) Com Sputnik News.