Canadá e Irã trocaram acusações sobre o plano de atentado à linha ferroviária Toronto-Nova York – uma das mais movimentadas do mundo – desarticulado nesta segunda-feira (23/04) pela polícia canadense. Chiheb Esseghaier e Raed Jaser, residentes em Montreal e Toronto respectivamente, foram presos acusados de planejar um ataque terrorista.
A crise entre os países cresceu, no entanto, quando o superintendente da governo do Canadá, Gatean Courchesne, afirmou que o ataque – que pretendia descarrilar um trem – contava com o “apoio de elementos da Al Qaeda no Irã”.
A suposta ligação entre os suspeitos do atentado, Al Qaeda e o Irã irritou o ministro de Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, que condenou as acusações do governo canadense. Salehi rebateu as acusações canadenses dizendo que a declaração de Courchesne era a “coisa mais engraçada” que havia ouvido na vida.
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Ali Akbar Salehi ( a esquerda) ironizou as acusações feitas pelo Canadá sobre a tentativa de atentanto em Toronto
“Ridículo. O termo “Al Qaeda no Canadá” que eles (governo canadense) utilizaram para descrever os terroristas suspeitos é a coisa mais ridícula que já ouvi em 64 anos de vida”, afirmou Salehi. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, negou também nesta terça-feira (23/04) que o país tenha qualquer ligação com o frustrado atentado.
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Mehmanparast disse que o Irã se opõe aos atos terroristas e ressaltou que “a mentalidade da Al Qaeda de nenhuma maneira se encaixa com a da República Islâmica do Irã”, segundo o canal oficial PressTv.
Segundo informações da Agência Efe, a polícia do Canadá confirmou hoje que não existe evidência de que outro país, a não ser o Irã, apoiasse o plano de ataque.
Chiheb Esseghaier, de 30 anos, e Raed Jaser, de 35 anos, serão julgados nos próximos dias. A polícia informou que ambos não são canadenses. Com fins de investigação, o departamento de inteligência do Canadá guarda em sigilo a nacionalidade dos acusados.