Israel começou a deportar neste sábado (05/11) os passageiros dos dois navios que, na última sexta-feira, tentaram romper o bloqueio israelense a Gaza, informou o Ministério israelense do Interior.
Sabin Haddad, porta-voz do ministério, disse que seis dos 27 passageiros retornaram às suas casas entre sexta e sábado.
Um deles é o espanhol Aiman Zoubier, correspondente em Madri da rede de televisão Al Jazeera. Os cinco restantes são um palestino com cidadania israelense, os dois capitães gregos dos navios, uma jornalista egípcia e outra jornalista da Al Jazeera, a norte-americana Casey Kauffman.
O restante da tripulação é formada, em sua maioria, por canadenses, norte-americanos, australianos e irlandeses. Eles permanecem em uma prisão perto de Tel Aviv e serão deportados nas próximas 72 horas. Dois jornalistas, um inglês e um irlandês, rejeitaram serem libertados, acrescentou Haddad.
Os passageiros (excluindo o palestino) foram acusados de “entrada ilegal” em Israel e não poderão entrar no país nos próximos dez anos.
Segundo Huwaida Arraf, porta-voz do protesto, batizado de Freedom Waves to Gaza, as autoridades israelenses não permitirão que as 21 pessoas presas, que pedem para falar com um juiz, liguem para seus advogados.
A viagem foi feita em dois navios, o canadense Tahrir e o irlandês Saoirse. Os passageiros foram levados para o porto na tarde de ontem.
As duas embarcações foram abordadas em águas internacionais do Mediterrâneo, a 65 quilômetros de Gaza, após várias pedidos para que desviassem para Ashdod ou para o território egípcio.
Aparentemente ninguém ficou ferido nem resistiu à prisão. A abordagem à flotilha começou com o lançamento de jatos d'água dentro dos barcos.
“Os dois ou três primeiros soldados que subiram a bordo eram muito agressivos. Eles tinham armas paralisantes e canhões d'água, mas perceberam que nós éramos ativistas pacíficos e que tinham o navio sob controle”, relatou a jornalista da Al Jazeera.
Os dois navios partiram em segredo da Turquia na quarta-feira. Esta foi a 11ª vez que ativistas tentaram romper o bloqueio marítimo imposto por Israel a Gaza. Em 2010, o embargo foi amenizado após o ataque à Flotilha da liberdade, no qual morreram nove ativistas turcos.
Durante o governo de Ehud Olmert como primeiro-ministro israelense, algumas embarcações chegaram à Gaza, mas a repressão aumentou com a chegada ao poder de Benjamin Netanyahu.
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