O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, alertou nesta segunda-feira (03/10) que o governo israelense está se tornando cada vez mais isolado no Oriente Médio. Segundo ele, as revoluções populares na região tornam crucial o diálogo de Israel com outras nações a fim alcançar a paz e estabilidade.
Panetta ainda ressaltou que Israel deveria retomar as negociações de paz com os palestinos e restaurar as boas relações que já teve com a Turquia e Egito. O chefe do Pentágono afirmou que Israel pode colocar em risco sua própria segurança caso não se aproxime de seus vizinhos.
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“É muito claro que neste momento dramático para o Oriente Médio, quando já aconteceram tantas mudanças, que não é bom para Israel se tornar cada vez mais isolado. E isso é o que está acontecendo”, disse Panetta, durante uma viagem à região para conversações com líderes israelenses e palestinos.
Nomeado para o cargo em julho, depois de ter dirigido a CIA (serviço
secreto norte-americano) durante dois anos e meio, o secretário se reune com seu titular de Defesa israelense, Ehud Barak, e com o chefe
do Executivo, Benjamin Netanyahu.
Panetta disse que os EUA vão certificar que Israel mantenha sua superioridade militar na região, mas ressaltou que o governo deve usar esta vantagem para pressionar pela paz.
“Não há dúvidas para mim de que eles devem manter essa vantagem (militar)”, disse Panetta. “Mas a pergunta que você deve fazer: É o suficiente manter uma vantagem militar se você está se isolando na arena diplomática? A segurança real só pode ser alcançada tanto por um esforço diplomático forte, como por um grande esforço para projetar sua força militar”.
Proposta
Os dirigentes da ANP (Autoridade Nacional Palestina) protestaram neste
domingo (02/10) contra um comunicado de Israel afirmando que
aceitaria retomar os diálogos de paz desde que os palestinos se
recusassem a impor condições prévias – nesse caso, o fim dos
assentamentos judaicos nos territórios ocupados da Cisjordânia e de
Jerusalém Oriental e a aceitação das fronteiras anteriores a 1967 como
base de um acordo.
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Neste domingo, mesma semana em que autorizou mais assentamentos em
Jerusalém oriental, o premiê israelense Benjamin Netanyahu disse ter
aceito a proposta do Quarteto para o Oriente Médio (formado por Estados
Unidos, Rússia, União Europeia e ONU) para reiniciar nas próximas
semanas o processo de paz.
“Israel dá as boas-vindas à convocação do Quarteto para
negociações diretas entre as partes, tal como propuseram o presidente
(dos EUA, Barack) Obama e o primeiro-ministro Netanyahu”, indica um
comunicado divulgado pelo gabinete do chefe do governo israelense.
O comunicado oficial também insta os palestinos a “fazer o mesmo e entrar em negociações diretas sem demora”.
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