O Exército de Israel anunciou hoje (14) a prorrogação até a noite da próxima terça-feira do fechamento geral do território da Cisjordânia, iniciado à meia-noite de quinta-feira e que deveria ter expirado ontem.
A decisão foi ordenada pelo ministro da Defesa, Ehud Barak, com base, segundo um comunicado militar citado pela agência de notícias Efe, em “novas avaliações da situação de segurança”.
Até a próxima terça-feira, ocorrerão dois eventos que podem desencadear confrontos entre palestinos e o Exército israelense.
O primeiro será a inauguração, amanhã, da reconstruída sinagoga Hurva, situada no bairro judaico da Cidade Antiga de Jerusalém.
A segunda é a grande manifestação na Esplanada das Mesquitas convocada por organizações extremistas judaicas. O objetivo é reivindicar que os judeus possam rezar e realizar cerimônias religiosas livremente no local.
Ao fechar a Cisjordânia, Israel concentrou tropas de choque nos arredores da Cidade Antiga de Jerusalém e nos bairros palestinos durante as orações muçulmanas. É proibido também que palestinos saiam da Cisjordânia para o Estado judeu e para Jerusalém, além de ser vetada a entrada de homens com menos de 50 anos na mesquita de al-Aqsa, ponto de conflito e lugar sagrado da Cidade Antiga.
Abed Al Hashlamoun/Efe
O fechamento da Cisjordânia é habitual durante as festas oficiais do Estado judeu, mas há cinco anos não era imposto fora dessas datas, com exceção à visita do então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush em 2008.
Bloqueio
Durante sua vigência, é permitido atravessar pacientes, médicos, trabalhadores religiosos, professores e outros grupos profissionais, mas é necessário ter autorização da Administração Civil, corpo militar israelense que administra os assuntos civis em territórios palestinos.
Também é liberada a entrada e saída da Cisjordânia de jornalistas, mas é necessário coordenar a passagem com antecedência, segundo o Exército.
Ontem, houve um enfrentamento entre palestinos e Exército israelense em um posto militar de Kalendia, ao norte de Jerusalém, na Cisjordânia. Os palestinos protestavam contra o prosseguimento da colonização israelense na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental anexada, e contra o o cerco imposto por Israel.
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Assentamentos
Durante a visita do vice-presidente norte-americano, Joe Biden, à região, Israel a retomada dos assentamentos. Serão construídas 1.600 novas casas nas colônias da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, o que despertou críticas internacionais de que a decisão poria em perigo o início das negociações com os palestinos para reativar o processo de paz estagnado desde 2008.
Hoje, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu se desculpou por ter feito o anúncio enquanto Biden fazia a visita oficial e um dia após a Casa Branca ter confirmado a retomada indireta das negociações de paz entre israelenses e palestinos.
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