Negociadores palestinos e israelenses se reuniram secretamente nesta terça-feira (20/08) em Jerusalém, informou um dos membros da equipe de diálogo da Palestina. A conversa ocorreu seis dias após o encontro das autoridades de ambas os lados em um hotel da “cidade sagrada”, sem a presença norte-americana.
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“Uma reunião foi realizada hoje entre a delegação palestina, liderada por Saeb Erekat e Mohammed Sthaye, e a delegação israelense, de Tzipi Livni e Itzhak Moljo”, afirmou a autoridade, que não quis se identificar.
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Não foram revelados mais detalhes sobre as conversas, cuja segunda rodada era esperada para esta semana nas cidades de Jericó ou Ramala. Supostamente, o segredo em torno das negociações seria um pedido dos Estados Unidos.
Agência Efe (15/08/13)
Os negociadores israelenses Itzhak Moljo e Tzipi Livni reunidos com o negociador palestino Saeb Erekat na conversa da última semana
Segundo essa mesma autoridade, Martin Indyk, enviado especial do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se encontrou ontem (19) com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, para pressionar pela continuação do diálogo, “apesar das novas construções nos territórios ocupados, que são o maior obstáculo para as negociações”.
Abbas, falando a uma delegação do partido judeu-árabe Hadash, que atualmente ocupa quatro cadeiras no Knesset, o parlamento israelense, disse que os palestinos estavam embarcando nas negociações a sério e que, se Israel mantivesse uma posição honesta, seria possível chegar a um acordo.
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Segundo o jornal israelense Haaretz, o presidente palestino também disse que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, “dessa vez não pode argumentar que não tem maioria para aprovar o acordo de paz no Knesset” porque “o pacto passará com uma grande maioria se Netanyahu quiser que seja assim”.
Enquanto isso, a ministra da Justiça, Tzipi Livni, disse hoje à rádio pública israelense que Jerusalém teria que tomar “decisões dramáticas” para chegar a um acordo final que encerrará o conflito com os palestinos.
Ela também assegurou que a presença do partido de extrema direita Habait Hayeudi (Lar Judeu) no governo põe em perigo os esforços para um acordo de paz com os palestinos. “O 'Lar Judeu' (Habait Hayeudi) se opõe à solução de dois Estados e isso é muito problemático no contexto das negociações”, disse, mostrando-se partidária de substituir essa formação política pelo Partido Trabalhista.
Diferentemente do que ocorreu anteriormente, agora as conversas entre palestinos e israelenses estão se caracterizando por grande discrição tanto em relação ao conteúdo quanto à data e ao local das reuniões.