Um tribunal francês condenou nesta terça-feira o ex-trader do banco Société Générale Jerome Kerviel a três anos de prisão e a indenizar a empresa em 4,9 bilhões de euros (6,8 bilhões de dólares), valor do prejuízo que provocou à instituição.
O Tribunal Correcional de Paris considerou Kerviel culpado de abuso de confiança, falsificação e introdução fraudulenta de dados em um sistema de informática. Após os três anos de prisão, o réu terá que cumprir dois anos de liberdade condicional.
Efe
Kerviel, acompanhado do advogado, chega ao Tribunal Correcional de Paris
Segundo a corte, o ex-trader “não respeitou as regras de seu mandato ao tomar posições especulativas sem que o banco soubesse e em proporções gigantescas”.
Kerviel também terá que devolver ao Société Générale os 4,9 bilhões de euros que o banco alega ter perdido por culpa do ex-funcionário no início de 2008. O escândalo foi revelado meses antes da explosão da crise financeira internacional, em setembro.
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Reações
A defesa de Kerviel criticou o veredicto: “Jérôme Kerviel está pagando pelo erro de todo um sistema. Ele está revoltado pelo fato de quem criou esse sistema tenha sido poupado de qualquer culpa. É possível ver isso em seu rosto”, afirmou ao jornal britânico The Guardian Olivier Metzner, advogado de Kerviel.
Durante todo o julgamento, o ex-trader assumiu que sem dúvidas correu uma série de riscos em suas transações, mas que sempre recebeu ordens superiores.
Jean Veil, advogado do Société Générale, comemorou a decisão judicial. “Quando se tem funcionários, não se checa todos os dias à noite se eles levaram algo valioso ou te roubaram, você confia neles”, afirmou, reiterando o argumento de que o banco não poderia ser responsabilizado pela conduta do funcionário.
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