O líder da Líbia, Muamar Kadafi pediu nesta terça-feira (29/03) às forças ocidentais que ponham um fim aos ataques contra suas forças. O Exército líbio bloqueou o avanço das forças de oposição, que retrocederam até Ben Jawad, a cerca de 100 quilômetros de Sirte, informou o porta-voz dos rebeldes Ahmad Khalifa.
“Parem sua ofensiva bárbara e injusta contra a Líbia”, afirmou o dirigente líbio, em uma mensagem divulgada pela agência oficial Jana. “Deixem a Líbia para os líbios, vocês estão executando uma operação de extermínio contra um povo seguro e destruindo um país em desenvolvimento”, acrescentou o coronel Kadafi, que enfrenta uma rebelião armada desde fevereiro.
“Vocês não percebem, na Europa e Estados Unidos, que esta operação militar bárbara e maléfica se parece com as campanhas de Hitler quando invadia a Europa e bombardeava o Reino Unido? Por quê atacam alguém que combate a Al-Qaeda?”, questionou Kadafi, que está no poder há 42 anos. “Deixem a União Africana administrar a crise. A Líbia aceitará tudo o que a União decidir.”
Os rebeldes líbios recuaram nesta terça-feira diante das forças leais a Kadafi, e estavam a 100 quilômetros da cidade de Sirte. As forças opositoras, que avançavam desde domingo, foram bloquedos na segunda-feira à noite a 60 quilômetros de Sirte. Mas na manhã desta terça-feira, viram-se obrigados a retroceder outros 40 quilômetros.
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Muitos deles afirmaram à agência France Press que
esperavam “disparos dos aviões do (presidente francês Nicolas) Sarkozy”
para recuperar a vantagem militar e marchar até Sirte.
Quase 40 países e organismos regionais se reunirão nesta terça-feira na
capital britânica para o primeiro encontro do “grupo de contato” sobre a
Líbia, responsável pela “administração política” da operação
internacional, cujo comando militar passou à OTAN (Organização do Tratado do
Atlântico Norte), e que pretende preparar a era “pós-Kadafi”.
Obama
Na noite de segunda-feira (28/03), o presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou em um discurso que os Estados Unidos não podem repetir os mesmos erros da guerra do Iraque, tentando derrubar Kadafi, mas precisam agir quando seus “valores são ameaçados”.
“Se tentarmos derrubar Kadafi pela força, nossa coalizão vai se estilhaçar. Nós teríamos de mobilizar tropas terrestres americanas, ou arriscar matar muitos civis pelo ar”, disse o presidente em discurso à nação.
“Os perigos que nossos homens e mulheres fardados teriam de enfrentar seriam muito maiores. Assim como os custos, e nossa fatia de responsabilidade sobre o que viria depois.”
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