Prometendo formar um governo de integração nacional com representantes de todo o país, inclusive o grupo Taleban, e o fim da corrupção, o presidente reeleito do Afeganistão, Hamid Karzai, falou a jornalistas na primeira aparição pública desde que sua vitória foi confirmada, após a desistência do candidato da oposição, Abdullah Abdullah.
O anúncio de sua vitória encerrou dois meses e meio de um tenso processo eleitoral, marcado por fraudes generalizadas em meio a ataques insurgentes do Taleban para minar a votação.
Jalil Rezayee/EFE
Apoiadores de Hamid Karzai comemoram a reeleição, em Herat, oeste do Afeganistão
“Meu futuro governo será de união nacional. Qualquer pessoa que queira vir para unir-se a ele será bem-vinda”, disse o presidente. Em sua oferta, Karzai incluiu tanto a Abdullah como aos insurgentes talibãs.
O presidente prometeu também que tentará “lutar contra a
corrupção”, um dos problemas que os diplomatas ocidentais assinalam
como prioritários para ordenar a situação no país. No entanto, Karzai não especificou as medidas que serão tomadas.
Taleban
Após o apelo, o Taleban qualificou Karzai como um “presidente marionete” e afirmou que a decisão de anular o segundo turno foi tomada pelas potências ocidentais. “A anulação do segundo turno da eleição demonstrou que as decisões do Afeganistão são elaboradas em Washington e Londres antes de serem anunciadas em Cabul”, afirmou o grupo em nota divulgada na internet em nome do “Emirado Islâmico do Afeganistão”.
Eleições
As eleições afegãs foram marcadas por acusações de fraude. Cerca de 1,3 milhão de votos foram anulados, reduzindo o percentual de votação de Karzai – ainda assim à frente do de Abdullah. Diante da pressão internacional, Karzai aceitou a realização de um segundo turno.
O candidato da oposição estava condicionando sua participação no segundo turno à renúncia do diretor da Comissão Eleitoral Independente, Azizullah Lodin, que foi rejeitada por Karzai. Como “condições mínimas” para permanecer na disputa, Abdullah também havia pedido o fechamento de diversos postos de votação, a fim de fazer melhor uso dos monitores eleitorais. Em vez disso, as autoridades anunciaram que abririam mais locais de votação.
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