“O presidente [Barack] Obama está totalmente preparado para usar a força militar para ajudar o governo iraquiano” a combater os militantes sunitas islâmicos, mas não enquanto houver um “vazio de poder” no país, afirmou o Secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, nesta terça-feira (24/06).
Agência Efe
John Kerry se reuniu ontem com o primeiro ministro iraquiano, Nuri al Maliki, em Bagdá
“A atenção do presidente Barack Obama e a minha estão na formação de um governo” no Iraque, disse Kerry durante entrevista concedida à rede CBS em Irbil, a capital da região autônoma curda no norte do Iraque.
“Não vamos tomar uma decisão sobre o uso da força [militar] americana em uma situação de vazio de poder”, assegurou Kerry, e acrescentou que qualquer ação dos EUA “está vinculada ao êxito a longo prazo que só pode ser obtido com uma liderança que unifique o Iraque”.
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“Seria um completo e total ato de irresponsabilidade” para o presidente ordenar ataques aéreos quando “não há governo, não há apoio, não há Exército e não há nada que forneça capacidade para o sucesso”, disse o secretário.
“Não há uma vitória puramente militar aqui. Nós temos que ter uma solução política”, enfatizou. Ele ressaltou ainda que não se trata de “desculpa para inação”. O presidente Obama está tentando “avançar neste processo o mais rápido possível”, garantiu.
Agência Efe
Tanques jordanos patrulham a fronteira para monitorar militantes sunitas que atuam na região
Em entrevista concedida à ABC hoje, Kerry afirmou que “ninguém quer que soldados americanos voltem a desempenhar um papel de combate no Iraque”.
Novo governo
Kerry viajou para a região com o intuito de convencer líderes regionais a apoiar um poder central em Bagdá. Os norte-americano consideram que a formação de um novo governo, mais inclusivo, prejudicaria o avanço dos insurgentes sunitas que ameaçam desmembrar o país.
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Um novo governo que represente os interesses de todos os grupos étnicos e religiosos do Iraque é um requisito crucial para qualquer ação que os EUA empreendam na crise que afeta esse país, afirmou Kerry.
Curdos
Em reunião realizada hoje com líderes da região autônoma curda do Iraque, Kerry pediu que eles “fiquem ao lado de Bagdá” e elogiou os dirigentes “por sua liderança organizada, focalizada e disciplinada”, que resultou na “vitalidade econômica” da região autônoma.
De acordo com a Reuters, autoridades norte-americanas acreditam que convencer os curdos de ficar ao lado do processo político em Bagdá é vital para evitar a divisão do Iraque.
“Se eles decidirem retirar-se do processo político de Bagdá, as tendências negativas vão ser muito aceleradas”, disse uma autoridade do Departamento de Estado, que falou com jornalistas sob condição de anonimato.