O ex-embaixador argentino em Caracas Eduardo Sadous disse neste domingo (11/7) que o ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner (2003-2006) “estava ciente” das irregularidades criadas para o comércio com a Venezuela, que está sob a lupa de um juiz federal de Buenos Aires.
Em declarações publicadas hoje pelo jornal argentino La Nación, o diplomata considerou que foi tirado de seu cargo porque denunciou “um ato de corrupção”. Sadous falou pela primeira vez à imprensa depois de denunciar em abril à justiça a existência de uma “embaixada paralela” para o comércio bilateral, que semanas depois ratificou diante de uma comissão parlamentar.
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O diplomata se negou a aludir a “gestões diplomáticas paralelas”, mas assegurou que no fideicomisso “há um evidente caso de corrupção”.
“Não há dúvidas. Se o senhor tira dinheiro de uma conta de onde não podia tirar, leva para outro país, troca no mercado negro, recompra no mercado oficial e fica com a diferença, há um fato de corrupção”, disse o ex-embaixador, antes de esclarecer que foi “do lado venezuelano”.
Sadous afirmou ainda que a reação argentina sobre a denúncia confidencial feita em 2005 chegou do Ministério do Planejamento. O ex-embaixador assegurou que a denúncia foi “o começo do fim” para sua gestão na Venezuela pelo mal-estar que o fato gerou na Casa Rosada, sede do governo argentino.
Também insistiu em que Kirchner “estava ciente” de seu alerta confidencial sobre o desaparecimento de milhões de dólares do fideicomisso e da reação do Ministério do Planejamento argentino.
Há poucos dias, o chanceler argentino, Héctor Timerman, afirmou que “não há nada secreto” nas relações com a Venezuela e voltou a negar a existência de “uma embaixada paralela” para as relações comerciais com o país, como afirma a oposição.
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