Efe
Em reunião com Kofi Annan há duas semanas, Assad disse que não negociará enquanto rebeldes não pararem de atacar
O enviado especial das Nações Unidas, Kofi Annan, ex-secretário-geral da entidade, viaja neste fim de semana à Rússia e à China para discutir a situação do conflito na Síria. Após se reunir com o presidente sírio Bashar Al Assad e manter contato com as autoridades do país nesta semana, Annan tentará conseguir o apoio dos últimos aliados do regime sírio ao plano apresentado para pacificar os confrontos entre as forças de segurança e grupos rebeldes que pedem há mais de um ano pedem a saída do presidente.
De acordo com o porta-voz da ONU em Genebra, Ahmed Fawzi, atualmente Annan acompanha as respostas do governo sírio a sua proposta, que inclui o fim imediato da repressão e as violações aos direitos humanos; a permissão para a entrada da ajuda humanitária ao país; e o início de um processo político.
Na Rússia, que mantém laços militares com Damasco, Annan se reunirá com o presidente Dmitri Medvedev – que entregará o cargo em maio ao atual premiê e presidente eleito Vladimir Putin – e com o chanceler Sergei Lavrov. A visita à China ainda está em fase de negociações, e não teve sua agenda definida.
Os dois países já utilizaram duas vezes seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para barrar resoluções condenatórias à repressão promovida pelo governo da Síria. Tanto Rússia como China alegam que a comunidade internacional também deve exigir o fim da violência por parte dos grupos insurgentes – muitos deles apoiados e armados por países ocidentais. Os dois países dizem temer que seja repetido o roteiro que terminou com a intervenção militar na Líbia de Muamar Kadafi, no ano passado.
Na semana passada, a missão liderada por Kofi Annan recebeu uma unânime moção de apoio por parte dos países integrantes do Conselho de Segurança, incluindo Rússia e China. “O enviado especial sente agora que tem todo o apoio do Conselho, incluído o daqueles países que são explicitamente próximos a Damasco”, disse Fawzi.
O porta-voz afirmou que por enquanto não está planejado nenhuma visita de Annan a Damasco, mas garantiu que “as negociações continuam por telefone”, e que “em algum momento”, voltará à Síria. “O que posso dizer é que as negociações estão em um ponto muito delicado”, disse, e reiterou a preocupação de Annan pela situação no terreno. “A situação de crise na região é muito cruel. Por isso temos de progredir com rapidez. Cada minuto conta e Annan é extremamente consciente disso”, disse.
Segundo as Nações Unidas, em um ano de conflito morreram ao menos 8 mil pessoas na Síria, o número de deslocados internos soma 200 mil e o de refugiados 30 mil.
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