O Kosovo realizou hoje (15) as primeiras eleições desde a proclamação unilateral de independência da Sérvia, em fevereiro do ano passado, no que analistas chamaram de “um teste” para a viabilidade do território como país soberano.
A votação transcorreu sem incidentes, e o índice de comparecimento às urnas foi de apenas 32,8%. Em 2007, antes da independência, o comparecimento foi de 40%. Estavam em disputa cargos de prefeitos e vereadores em 26 municípios recém-criados.
As urnas foram fechadas às 19h (16h em Brasília) e a apuração dos votos já começou.
“Hoje estamos demonstrando que nosso país e seus cidadãos merecem a
independência, a democracia e a perspectiva de ingresso na União
Europeia”, disse o primeiro-ministro de Kosovo, Hashim Thaçi, segundo a
agência Reuters.
Valdrin Xhemaj/EFE
Eleitores esperam para votar em Prishtina, a capital do Kosovo
As autoridades locais estimularam os cidadãos a votar de modo pacífico, após incidentes violentos — como o apedrejamento do carro do primeiro-ministro e um ataque a um candidato a prefeito — terem marcado a última semana da campanha eleitoral.
Os partidos políticos com mais chances de vencer são o Partido Democrático de
Kosovo (PDK), de Thaçi, e a Liga Democrática de Kosovo (LDK), do
presidente Fatmir Sejdiu – ambos da base aliada do governo e herdeiros da guerrilha UÇK (Exército de Libertação do Kosovo, na sigla em albanês).
Apesar do boicote convocado pelo governo da Sérvia – que ainda considera o Kosovo como uma província -, alguns eleitores da minoria étnica sérvia decidiram votar em seus novos municípios, considerados enclaves dentro da maioria de etnia albanesa. Mesmo assim, a participação sérvia nestes bolsões chegou no máximo a 8%.
O segundo turno das eleições para prefeito ocorrem daqui a um mês.
As primeiras eleições kosovares após a proclamação da independência ocorreram no mesmo dia em que morreu o patriarca Paulo, chefe máximo da Igreja Ortodoxa Sérvia, aos 95 anos. O religioso estava internado há anos em Belgrado e tinha liderado os ortodoxos desde 1990, abrangendo todo o processo de dissolução e guerras civis da antiga Iugoslávia – inclusive a Guerra do Kosovo (1998-1999).
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