O tribunal penal que julga o jornalista iraquiano Muntazer al-Zaidi, condenado a um ano de prisão por jogar seus sapatos no ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush, teve hoje a libertação adiada para amanhã.
Diaa al-Saadi, chefe da equipe de defesa de Zaidi, não deu explicações sobre os motivos do atraso.
Ali Abbas/EFE
Parentes de Zaidi lamentam o atraso na libertação do jornalista
Em 14 de dezembro, Zaidi jogou sapatos no então presidente norte-americano George W. Bush durante uma entrevista coletiva com o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, em Bagdá.
“Este é o beijo de despedida, cachorro!”, gritou Zaidi durante a entrevista coletiva, na qual realizou dois gestos – jogar os sapatos e chamar alguém de cachorro – considerados graves ofensas no Iraque e no resto do mundo muçulmano.
Em março, um tribunal condenou Zaidi a três anos de prisão, ao considerá-lo culpado de cometer um ato hostil contra um chefe de Estado estrangeiro, crime previsto no artigo 223 do Código Penal iraquiano.
No entanto, um mês depois, um tribunal de apelação reduziu a pena para um ano, ao considerá-la excessiva e levar em conta as circunstâncias nas quais aconteceu o incidente e o estado psicológico do jornalista quando cometeu o ato, que, segundo ele, foi consequência da ocupação norte-americana do Iraque.
O advogado Diaa al-Saadi disse que seu cliente será libertado antes do final da pena por bom comportamento.
Aos 27 anos, Zaidi, repórter do canal de televisão por satélite “Al Baghdadia”, transformou-se em um símbolo da luta contra a ocupação norte-americana do Iraque, onde, para muitos, é um “herói nacional”.
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