O CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) anunciou na noite desta quinta-feira (14/02) que foi adiada entrega dos policiais e do militar que estão sob o poder das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Segundo o organismo, ainda não há previsão de data para a libertação dos reféns.
“A libertação que estava prevista para hoje não vai se materializar e esperamos que se possa levar a cabo o mais rápido possível enquanto resolvemos algumas questões pendentes”, afirmou Peter Maurer, presidente do CICV, sobre a entrega dos agentes policiais Cristian Camilo Yate e Victor González.
Agência Efe
Para Piedad Córdoba, excessiva presença de jornalistas na região prejudicou entrega de reféns sob controle das FARC
A entrega dos agentes e a suspensão da operação foram comunicadas por meio de mensageiros do grupo guerrilheiro à missão que receberia os reféns e que se dirigia para um local não revelado. O grupo, formado por integrantes do CICV em conjunto com a organização CCP (Colombianos e Colombianas pela Paz), foi contatado a 200 metros das coordenadas iniciais do local de entrega.
Integrante da missão e líder do CCP, a ex-senadora Piedad Córdoba escreveu em sua conta de Twitter que a presença de jornalistas foi o obstáculo para o prosseguimento da operação. “Não desanimem, vamos receber em liberdade e aspiramos terminar o sábado com a entrega de policiais e [do] soldado”, completou.
As expectativas de Córdoba se devem à segunda parte da operação, que estava marcada para o próximo sábado (16/02), quando um soldado também seria liberado. De acordo com Maurer, no entanto, essa fase também foi cancelada.
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“A missão foi seguida por uma nuvem de jornalistas”, explicou o representante do CICV em Bogotá, Jordi Raich, afirmando que respeita o direito à informação, mas que a “atenção midiática” impediu a liberação dos policiais. Os integrantes da missão regressaram a Cali, capital do Vale de Cauca, à espera de novas datas e coordenadas.
Para o presidente Juan Manuel Santos, a suspensão da entrega dos uniformizados é “inaceitável”. “Ninguém entende que pela presença de alguns meios de comunicação, que não estão sob o controle do governo, privem ou continuem privando esses policiais de liberdade”, disse, exigindo que as FARC “os liberem já”.
O governo tinha anunciado que todas as operações militares na zona de entrega dos reféns seriam suspendidas para facilitar a libertação. O gabinete de Santos e o comando das FARC negociam um acordo de paz que pode ser concluído em dezembro. Cuba, Chile, Venezuela e Noruega fazem a mediação das negociações.
* Com informações da Efe e Agência Brasil