O líder da organização extremista sunita EIIL (que agora se chama apenas “Estado Islâmico”), Abu Bakr al-Baghdadi, apareceu em um vídeo em que realiza um sermão especial para o mês sagrado do Ramadã para convocar os muçulmanos de todas as partes do mundo para obedecê-lo e seguir o jihad – a luta sagrada em nome do Islão.
Difundido por grupos jihadistas, o vídeo, contudo, chamou atenção na internet não por seu conteúdo, mas pelo fato de que al-Baghdadi aparece com um relógio de cerca de US$ 6.500. Internautas acreditam que seja da marca Rolex, Sekonda ou Omega Seamaster, usado pelo personagem James Bond, de 007.
Muitos criticaram a escolha do líder, que foi contraditório com seu discurso sobre igualdade e humildade. “Eu não sou melhor, nem mais virtuoso que vocês”, disse al-Baghdadi no vídeo. “Eu não prometo o que reis e outros líderes prometem a seus súditos: uma vida de luxo, tranquilidade e conforto, apenas o que Alá nos prometeu. Obedeçam-me, pois eu obedeço apenas a Alá”, completa.
Vestido com um turbante e vestes pretas, o líder sunita ainda lembra que, no mês sagrado do Ramadã, o profeta Maomé mobilizaria seu exército para lutar “contra os inimigos de Alá”, então seus súditos deveriam fazer o mesmo. Há pouco mais de uma semana, al-Baghdadi se proclamou o califa do novo Estado Islâmico, que supostamente será construído entre o norte do Iraque e da Síria.
RT@I_M_I_M_I Caliph wearing an expensive Rolex watch Binmaamuslimon starving in the land of the Caliphate claimed!! pic.twitter.com/MjzgYKcTti
— PRAY FOR SYRIA! (@Unite_ForChange) 6 julho 2014
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Na terça (01/07), ele já havia aparecido em outro áudio em que chamava os muçulmanos do mundo todo para se juntarem à batalha e ajudar a construir o novo califado no território desejado.”É um estado onde o árabe e o não árabe, o branco e o negro, o homem ocidental e oriental são todos irmãos”, declarou na ocasião.
Sessão do Parlamento iraquiano é adiada
Em meio ao impasse sobre a formação de um novo governo, o recém-eleito Parlamento do Iraque adiou nesta segunda-feira (07/07) sua próxima sessão para 12 de agosto, por falta de acordo sobre o potencial presidente da câmara, que estava previsto para ser escolhido na reunião de amanhã.
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Em crise desde o início do mês de junho, o Iraque tem mostrado que o conflito sectário também atingiu a política, separando xiitas, sunitas e curdos. Em fim de mandato, o premiê xiita Nuri al-Maliki tem sido alvo constante de críticas. No entanto, na última sexta (03/07), ele declarou que “jamais” renunciará à candidatura para a próxima gestão.
A escalada da violência resultou na morte de um alto comandante militar do Exército iraquiano. Hoje, o Ministério do Interior anunciou que o comandante da VI Brigada morreu em um ataque de jihadistas na província de Al-Anbar, no oeste do país. Ainda não foi divulgado o número oficial de mortos do conflito. Na última semana, a ONU declarou que a crise iraquiana já deixou mais de 1,2 milhão de refugiados e um total de pelo menos 2,2 milhões de deslocados desde o início de junho.
Efe
Iraque tem mostrado que o conflito sectário também atingiu a política, separando xiitas, sunitas e curdos do Parlamento