O ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton se reuniu hoje (4), em Pyongyang, com o líder norte-coreano Kim Jong-il para trabalhar pela libertação de duas jornalistas norte-americanas condenadas em março a 12 anos de trabalhos forçados na Coreia do Norte.
A Rádio Pyongyang e a rede de televisão Korean Central Broadcasting Station disseram que Kim ofereceu um jantar a Clinton na residência destinada às visitas oficiais. A viagem ocorre em meio à escalada de tensão diplomática, desde que a Coreia do Norte foi sancionada pela ONU (Organização das Nações Unidas), após o lançamento de um foguete de longo alcance em abril e seu segundo teste nuclear em maio, que foi acompanhado do disparo de novos mísseis de curto alcance.
A imprensa sul-coreana tinha especulado a possibilidade de que Clinton retorne amanhã (5) aos Estados Unidos com as duas jornalistas. Analistas citados pela agência sul coreana de notícias Yonhap também esperam que a visita marque o caminho para retomar o processo de desnuclearização norte-coreana, estagnado desde dezembro de 2008.
Recentemente, a Coreia do Norte sugeriu o desejo de manter um diálogo bilateral com os Estados Unidos para negociar sua desnuclearização em vez do habitual diálogo a seis lados (entre Estados Unidos, as duas Coreias, China, Japão e Rússia).
A Casa Branca se recusou oficialmente a fazer comentários sobre a viagem, alegando que isso poderia por em risco o sucesso da missão.
As repórteres americanas Laura Ling e Euna Lee, que trabalham para a Current TV, de San Francisco, foram detidas em 17 de março na fronteira da Coreia do Norte com a China, enquanto gravavam imagens para um documentário sobre mulheres refugiadas norte-coreanas. Após um julgamento em Pyongyang, o principal tribunal norte-coreano as condenou em junho a 12 anos de trabalhos forçados por entrada ilegal em seu território.
Histórico de negociações
Bill Clinton é o segundo ex-líder americano que viaja à Coreia do Norte com uma missão de mediação, após a visita realizada em 1994 por Jimmy Carter durante a primeira crise nuclear. Naquela viagem, Carter se reuniu com o então chefe de Estado e fundador do país comunista, Kim Il-sung, e conseguiu reabrir o diálogo sobre o programa nuclear norte-coreano.
Clinton tinha previsto uma visita à Coreia do Norte durante seu mandato para normalizar as relações com esse país, considerado inimigo pelos Estados Unidos desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953. Essa viagem não chegou a se concretizar, mas houve a visita da então secretária de Estado americana Madeleine Albright, que, em 2000, se tornou a primeira representante de um governo americano a visitar Pyongyang.
Os Estados Unidos e a Coreia do Norte não têm relações diplomáticas.
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