Líderes latino-americanos saudaram o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta quarta-feira (09/11) após tornar-se conhecido o resultado da votação ocorrida nesta terça. Enquanto a Venezuela aproveitou para ressaltar o pedido de respeito à sua soberania, Argentina e Colômbia ressaltaram o desejo de cooperação com o novo líder norte-americano. Diante do cenário que se desenha na potência mundial, o ex-presidente uruguaio José Pepe Mujica (2010-2015) resumiu seu sentimento em uma só palavra: “Socorro”.
Mujica, que realiza uma viagem na Itália, disse a uma rádio uruguaia que “as más notícias sempre surpreendem”. “Somente vou dizer uma palavra, uma, e com isso resumo tudo: Socorro!”.
A Venezuela aproveitou o novo momento da nação norte-americana para defender uma nova etapa nas relações internacionais baseada no “respeito à soberania, à autodeterminação, e à paz” e ressaltou que o novo momento deve primar pela “não intervenção em assuntos internos”, como diz o comunicado divulgado pela chancelaria do país.
Agência Efe
Jornais mexicanos reagiram à eleição de Trump
A oposição do país, no entanto, comparou a eleição de Trump com a “situação vivida” na Venezuela há 17 anos, quando o chavismo chegou ao poder no país. Foi o que disse o secretário-executivo da opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba.
Preocupado com os caminhos do mundo após o resultado eleitoral, o presidente da Bolívia e líder indígena Evo Morales disse, em seu Twitter, esperar “trabalhar contra o racismo, o machismo, a anti-imigração e pela soberania de nossos povos”.
Saludar triunfo de @realDonaldTrump Esperamos trabajar contra el racismo, machismo, la antiinmigración, por la soberanía de nuestros pueblos
— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) 9 de novembro de 2016
Também em suas redes sociais, o presidente argentino Mauricio Macri felicitou Trump pela vitória. Já sua chanceler, Susana Malcorra, lamentou a derrota de Hillary Clinton, afirmando ser “uma pena não ver uma mulher tão capaz ser eleita”.
Felicito a @realDonaldTrump en su triunfo y espero que podamos trabajar juntos por el bien de nuestros pueblos
— Mauricio Macri (@mauriciomacri) 9 de novembro de 2016
Da Colômbia, o presidente Juan Manuel Santos também enviou um recado felicitando o “espírito democrático” dos Estados Unidos, e assegurou que continuará aprofundando as relações entre os dois países.
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Já o presidente do México, Enrique Peña Nieto, parabenizou os Estados Unidos pelas eleições: “parabenizo os EUA por seu processo eleitoral e reitero a Donald Trump a disposição de trabalhar juntos em favor da relação bilateral”, indicou Peña Nieto nas redes sociais.
Felicito a EUA por su proceso electoral y le reitero a @realDonaldTrump la disposición de trabajar juntos en favor de la relación bilateral.
— Enrique Peña Nieto (@EPN) 9 de novembro de 2016
O presidente lembrou que “México e EUA são amigos, parceiros e aliados que devem seguir colaborando pela competitividade e o desenvolvimento da região”.
Dissidência cubana
Na contramão dos setores latino-americanos que têm receios a respeito do futuro sob a administração Trump, quatro organizações do exílio cubano em Miami (Flórida) afirmaram à Agência Efe nesta quarta-feira (09/11) que o resultado “freará” as “concessões permanentes” ao governo de Cuba e trará maior “pressão” na defesa das liberdades, em uma clara crítica às políticas de aproximação diplomática realizadas por Barack Obama.
Apesar de entenderem que Trump “não cancelará” muitas das políticas já implementas pelo presidente Barack Obama na relação com a ilha, todas se mostraram de acordo que se produzirá uma crucial virada com um “maior compromisso na defesa dos direitos humanos”.