Os líderes máximos das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Rodrigo Londoño Echeverry, conhecido como Timochenko, e do ELN (Exército de Libertação Nacional), Nicolás Rodríguez Bautista, conhecido como Gabino, se encontraram secretamente em Havana, Cuba, no mês de abril, com autorização do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, como informou o chefe negociador do governo, Humberto de la Calle, nesta terça-feira (12/05).
Leia mais: Presidente colombiano pede que ELN se junte a cessar-fogo unilateral decretado pelas FARC
Agência Efe
Humberto De la Calle, em declarações à imprensa
Os líderes guerrilheiros se reuniram em Havana, onde estão sendo realizados os Diálogos de Paz entre as FARC e o governo colombiano. “Com o propósito de conseguir o fim de todo o conflito de maneira integral, o chefe de Estado, com a convicção de que a incorporação do ELN ao processo corresponde ao melhor interesse da sociedade colombiana, facilitou a reunião de Timochenko e Gabino”, afirmou De la Calle.
Desde janeiro de 2014, o ELN e o governo mantêm conversas iniciais para que seja alcançado um processo de negociação semelhante ao que vem sendo desenvolvido com as FARC, mas até o momento a negociação não foi firmada e a guerrilha, a segunda maior do país, tem intensificado seus ataques contra alvos do Exército colombiano.
Timochenko não integra as negociações de Havana, mas o governo do presidente Juan Manuel Santos autorizou algumas viagens do líder guerrilheiro a Havana para consultas da delegação negociadora presente na ilha.
Entrevista exclusiva: Entrada de guerrilheiros na política da Colômbia deve ser diferente de Brasil e Uruguai, dizem FARC
Na última segunda-feira (11/05), Santos afirmou que para facilitar a viagem dos líderes guerrilheiros a Havana o governo teve o apoio de Cuba e Noruega, países garantidores das negociações, e do Chile e Venezuela, na condição de acompanhantes do processo.
“Minha obrigação como chefe de Estado e de governo é buscar a paz como valor supremo para todos os colombianos e não vou declinar neste propósito”, afirmou o mandatário colombiano após críticas recebidas por parte da imprensa do país.
Captura de tela
Em 29 de dezembro, o ELN informou que hoje faria um anúncio especial no 50º aniversário da tomada de Simacota, em Santander
NULL
NULL
Por outro lado, o presidente disse hoje que, além de autorizar a viagem de “Timochenko” e “Gabino”, também aprovou o retorno nas próximas semanas à Colômbia de dois membros das FARC para que participem nos trabalhos de retirada de minas que começará nas regiões de Antioquia (noroeste) e Meta (centro), segundo o estipulado na mesa de negociação.
Em janeiro, o ELN afirmou que está disposto a dialogar com o governo e abandonar as armas como parte de uma negociação de paz.
Dois dias antes, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, havia convidado o ELN a juntar-se ao cessar-fogo unilateral decretado pelas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em meados de dezembro.