A menos de um mês da eleição presidencial no Paraguai, Fernando Lugo voltou a se pronunciar sobre os fatos que levaram à sua destituição do cargo de presidente em junho de 2012. Em entrevista ao jornal paraguaio Última Hora, o ex-chefe de Estado afirmou que só aceitou o impeachment “para evitar mais sangue” no país.
“Havia muitas informações que mais pessoas iriam morrer, entre elas dirigentes camponeses e famílias pobres. Não queria levar para o meu túmulo o peso na consciência por mais mortes”, afirmou.
Agência Efe (01/04)
Lugo e o candidato à Presidência Aníbal Carrillo participam de uma coletiva de imprensa em Assunção
Lugo, atualmente candidato ao senado paraguaio, afirmou também que os presidenciáveis dos partidos Colorado (Horacio Cartes) e Liberal (Efraín Alegre) deveriam ser investigados pelo massacre de Curuguaty, episódio que resultou na morte de 14 pessoas e foi usado como justificativa para a destituição do então presidente.
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Para Lugo, a justiça precisa investigar as motivações políticas que levaram a desocupação de uma fazenda – realizada em 15 de junho de 2012 – a se tornar um campo de batalha.
“Sempre haverá uma parte nebulosa, um manto negro na história do recente do Paraguai”, afirmou Lugo em referência à falta de informações sobre o massacre de Curuguaty.
As eleições no Paraguai acontecerão no dia 21 de abril. Os paraguaios vão eleger o novo presidente, novos senadores e deputados. As pesquisas indicam que Cartes é o favorito, seguido por Alegre. A Frente Guasú, aliança de centro-esquerda a qual pertence Lugo, concorrerá com Aníbal Carrillo.