O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recomendou aos líderes da União Europeia nesta quarta-feira (19/10) para que deixem de discutir ajustes fiscais e recapitalizações dos bancos e busquem a solução da crise com mais crescimento econômico, comércio e criação de emprego. Lula falou no fórum progressista organizado em Madri pela Fundação Ideas, vinculada ao Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), do governo.
O ex-presidente brasileiro pediu ao candidato do PSOE à Presidência do Governo da Espanha, Alfredo Pérez Rubalcaba, e a outros dirigentes social-democratas, que tenham como principal meta para escapar da crise garantir o Estado de bem-estar social com dinheiro público. “Só há uma saída: crescimento econômico, mais comércio e menos protecionismo, porque isso gerará mais emprego, mais renda e desenvolvimento”, argumentou.
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De acordo com Lula, a Europa teria que deixar de falar de ajustes fiscais e recapitalização dos bancos, questões centrais da cúpula de Bruxelas do próximo dia 23, para impedir os problemas da dívida soberana. “Todo o mundo quer recapitalizar bancos, mas ninguém quer recapitalizar aqueles que perderam suas casas ou que perderam o emprego”, disse.
Para Lula, é “inaceitável” que uma economia como a da Grécia esteja colocando a União Europeia em risco e que seu resgate custe agora mais do que quando se iniciou há dois anos. O ex-presidente insistiu que todos os países devem ajudar na resolução da crise da Europa, porque ela pode se arrastar a outras economias. Para ele, a Europa é um “patrimônio democrático da humanidade” que deve ser conservado.
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Lula pediu aos líderes do G20 que coloquem em prática as medidas aprovadas desde 2008 para dar força e estabilidade à economia mundial. O ex-presidente lembrou a necessidade de que instituições multilaterais que cumpram e executem as decisões adotadas em foros como o G20. Como exemplo, foi citado o caso do FMI (Fundo Monetário Internacional), cuja incapacidade de ajudar a Europa ou Estados Unidos prova que não foi criado para resolver os problemas dos países ricos.
Lula lembrou o diagnóstico que fez ao ex-primeiro-ministro do Reino Unido Gordon Brown no Brasil, quando disse que a crise é “dos loiros de olhos azuis”, e não dos negros, de índios ou latino-americanos. Com relação aos problemas da Europa, Lula declarou que o Brasil e a América Latina estão vivendo atualmente “seu melhor momento em muitas décadas”.
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