“Um atentado contra a democracia”. Foi dessa forma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva definiu os assassinatos do presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo “Nino” Vieira, e do chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, general Tagmé Na Wai.
“Faço o meu protesto contra o que aconteceu em Guiné-Bissau. Não podemos nos calar frente a este atentado contra uma democracia incipiente”, disse Lula hoje (2), durante encontro com o primeiro-ministro da Holanda, Jan Peter Balkenende, na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
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Em nota, o Ministério das Relações Exteriores disse que o governo brasileiro está em coordenação estreita com os demais países-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), “a fim de proceder a uma análise conjunta da situação e de propiciar o apoio necessário para a normalização do quadro interno na Guiné-Bissau”.
Doha e protecionismo
Aproveitando a visita do premiê holandês, o presidente brasileiro manifestou sua preocupação com o protecionismo nas relações comerciais e disse que a comunidade internacional precisa dar continuidade à Rodada Doha, negociação feita no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio) para tentar aumentar o acesso de produtos agrícolas dos países em desenvolvimento aos países ricos. Lula também defendeu a definição de novas regras para o mercado financeiro e disse estar “rezando” pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
“Não temos o direito de aceitar o protecionismo como solução para esta crise. A saída para esta situação é o incentivo ao livre mercado e à concorrência”, afirmou. “Para que os pobres não paguem um preço alto, é preciso finalizar a Rodada Doha”.
Lula disse que a crise no sistema financeiro pode servir como oportunidade para se repensar uma regulação das finanças internacionais. “Deverá ser definido um novo papel para o FMI [Fundo Monetário Internacional] e os bancos centrais”, afirmou. “É indiscutível que a configuração atual tem de mudar”, concordou o primeiro-ministro holandês.
O governo brasileiro, por intermédio principalmente do ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem defendido repetidas vezes uma participação maior dos países em desenvolvimento na direção das principais instituições financeiras internacionais, como o Banco Mundial e o FMI.
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