O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recordou nesta sexta-feira (26/11), durante a cúpula da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), que o ex-presidente argentino Néstor Kirchner, morto há um mês, será sempre “uma fonte de inspiração” para todos os políticos da região.
As palavras de Lula em homenagem ao então secretário-geral da Unasul foram motivo de aplausos dos demais governantes sul-americanos presentes. O presidente, em sua última reunião no bloco, também disse que a América do Sul deve trabalhar para que sejam superadas as assimetrias entre as nações.
“Nenhum dos nossos países será de verdade próspero sem que todos sejamos prósperos”, declarou ele.
Lula ainda recebeu a condecoração “ordem de excelência” do presidente guianense, Bharrat Jagdeo, a mais alta do país.
Ratificação
Ao abrir o evento, o equatoriano Rafael Correa, atual presidente da Unasul, defendeu a construção de uma integração “que é a nossa, a do sul”. Ele solicitou aos membros que aprovem o tratado constitutivo do bloco, sancionado até agora por oito dos 12 países. Falta apenas mais uma nação para o tratado passar a valer. O Brasil, que ainda não assinou o tratado, integra o bloco juntamente com Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.
Correa apresentou um relatório de sua gestão no cargo, e disse que manter a união sem a aprovação do tratado constitutivo frustra as expectativas dos povos da região. Ele destacou a função que a Unasul teve na reaproximação de relações diplomáticas entre nações irmãs por meio do diálogo e do acordo, apontando que o bloco tem a intenção de ir para além da integração comercial e financeira, segundo a rede de TV TeleSur.
O presidente do Equador também comentou o papel do ex-presidente argentino Néstor Kirchner como secretário-geral da entidade, até 27 de outubro deste ano, quando morreu de ataque cardíaco.
Sucessão
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, pediu que a Unasul se torne um mecanismo de progresso comum e superação de divergências, como ocorreu no caso da Colômbia e da Venezuela este ano. Visivelmente emocionada, ela também destacou a atuação de seu falecido marido.
Participam da IV Cúpula da Unasul oito dos 12 chefes de Estado e de governo. Os ausentes são o chileno Sebastián Piñera, o peruano Alan García, o uruguaio José Mujica e o boliviano Evo Morales. A reunião marcará a transmissão da presidência para a Guiana, único dos países do continente cuja língua oficial é o inglês.
A escolha de um novo secretário-geral da Unasul deverá ser um dos temas mais importantes da reunião desta sexta-feira. Entre os potenciais candidatos ao posto estão o uruguaio Tabaré Vázquez, a chilena Michelle Bachelet e o colombiano Álvaro Uribe. Lula já disse que não pretende concorrer ao cargo.
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