Domingo, 13 de julho de 2025
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O embaixador boliviano para a ONU, Sacha Llorenti, informou nesta sexta-feira (05/07) que mais de 100 países membros da organização condenarão o ataque de países europeus ao presidente da Bolívia, Evo Morales, que foi forçado a fazer uma escala de 13 horas na Áustria depois que França, Itália, Espanha e Portugal não permitiram que seu avião sobrevoasse seus espaços aéreos na última terça-feira (02).

“Temos certeza de que, se fosse o avião de Barack Obama, provavelmente o secretário-geral [da ONU] teria feito algo pessoalmente,  mas não foi esse o caso”, disse Llorenti. Ele também assegurou que a Bolívia fez uma reclamação formal nesse sentido, porque “no quadro das Nações Unidas, todos os países, por menores que sejam, têm direitos iguais”.

Llorenti assegurou que a proibição ao avião de Morales, onde se suspeitava que estivesse o ex-consultor da CIA Edward Snowden, que vazou informações sobre o programa de espionagem da NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA), violou o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos. Esse pacto garante, entre outros, o direito à vida e à segurança.

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Agência Efe

O presidente boliviano Evo Morales discursa durante ato que precedeu reunião da Unasul em Cochabamba no dia 04

Para o diplomata boliviano, violaram-se ainda a Convenção de Viena sobre Imunidade Diplomática, que fala da inviolabilidade do avião presidencial, e a Convenção de Nova York, que qualifica os chefes de Estado como pessoas que devem ser protegidas internacionalmente, entre outras normas. 

Diplomata boliviano afirma que haveria mais comoção se o avião fosse do presidente norte-americano Barack Obama

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Também ontem, uma dezena de deputados europeus expressou sua solidariedade a Evo Morales através de um comunicado e também exigiram que a Alta Representante da União Europeia para a Política Exterior, Catherine Ashton, ofereça um pedido de desculpas ao presidente da Bolívia.  

A Unasul, integrada por Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Chile, Uruguai, Venezuela, Guiana, Suriname, Peru e Paraguai, também já exigiu desculpas públicas de Espanha, França, Itália e Portugal pelo incidente. Os embaixadores da organização pediram que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se encontre com Llorenti, que já teve uma reunião com o subsecretário-geral do órgão, Jan Eliasson, na última quarta-feira (03).