Um jovem estudante – militante do PSUV (Partido Socialista Unido de Venezuela) – morreu e seis policiais ficaram feridos ontem (25) em violentas manifestações entre partidários e opositores do governo venezuelano. Um outro estudante foi hospitalizado mas não corre risco de morte. Os grupos mostraram repúdio e apoio à medida que suspendeu temporariamente a programação da emissora de TV a cabo Radio Caracas Televisión Internacional (RCTVI) por não cumprir a lei vigente do setor na Venezuela.
O ministro venezuelano do Interior, Tareck El Aissami, afirmou que Yorsiñio José Carrillo Torres, de 14 anos, acompanhava um grupo de jovens do movimento bolivariano estudantil no estado de Mérida e se manifestava de maneira pacífica quando foi “emboscado e baleado”. Em declaração à VTV, El Aissami disse que o Ministério Público já iniciou as investigações.
EFE (25/01/2010)
Manifestantes contrários ao fechamento temporário da RCTVI enfrentam a polícia em Caracas
“Repudiamos estes fatos, executados por setores que têm uma agenda de violência. Não vamos permitir que se imponha a violência no país. Não vamos permitir que estes protestos lesionem o direito maior do povo, que é o de viver em paz “, enfatizou o ministro. El Aissami acredita que os disparos que atingiram o garoto vieram de um dos edifícios de uma zona residencial adjacente ao local onde estavam os estudantes.
A RCTVI e outras cinco emissoras venezuelanas foram tiradas do ar na madrugada deste domingo (24) por não terem respeitado as novas regras para transmissão por cabo. A emissora deixou de transmitir um discurso do presidente Hugo Chávez, como determina um decreto aprovado recentemente pelo governo.
Protestos
Desde as primeiras horas da manhã de ontem (25), grupos de estudantes opositores protestaram em todo o país. Na capital, Caracas, os grupos se encontraram perto da sede da Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel), e a polícia dispersou a aglomeração com gás lacrimogêneo.
O líder estudantil opositor Roderick Navarro convidou seus companheiros e a sociedade em geral para se reunir a partir das 10h locais desta terça-feira (12h30 de Brasília), no centro de Caracas para manifestar seu repúdio à saída do ar da RCTVI. Os estudantes partidários do governo também convocaram uma nova concentração em apoio à medida contra o canal privado.
Renúncia
Em meio à confusão decorrente da relação com os canais de TV e à crise energética, o vice-presidente da Venezuela e ministro da Defesa, Ramón Carrizález, renunciou alegando razões pessoais. O pedido foi aceito pelo presidente Hugo Chávez, que deve substitui-lo na pasta da Defesa pelo general Carlos Mata Figueroa, atual chefe do Comando Estratégico Operacional da Força Armada Nacional, segundo meios de comunicação privadas. A agência estatal ABN não confirmava a substituição até o final da manhã desta terça.
Chávez “aceitou a renúncia por razões estritamente pessoais” apresentada por Carrizález, informou a ministra da Informação, Blanca Eekhout, em breve declaração transmitida pela emissora estatal de televisão VTV.
A ministra não disse quando Carrizález renunciou nem quem o substituirá e também não falou sobre a suposta renúncia da ministra do Meio Ambiente, Yuribí Ortega, esposa de Carrizález.
A saída de Carrizález “não ocorre por nenhuma divergência em decisões de governo” e “qualquer versão distinta é falsa e tendenciosa”, disse o próprio ex-ministro em comunicado oficial, segundo veículos de imprensa privados.
(Atualizado às 12h)
NULL
NULL
NULL