Manifestantes da oposição e seguidores de Mubarak não atenderam ao pedido do Exército para restaurar a normalidade no Egito  e acabaram entrando em choque na manhã desta quarta-feira (início da tarde no horário local), quando os dois grupos realizavam atos na mesma região da capital. O confronto com pedras e paus deixou vários feridos e camelos e cavalos chegaram a ser usados por alguns dos manifestantes.

^{Vídeo feito pela rede Al Jazeera mostra os confrontos no Cairo:}

Emissoras de televisão como a CNN e a Al Jazeera mostraram o cenário de guerra no qual a Praça Tahrir, no Cairo, se transformou. O confronto aconteceu poucas horas após o presidente Hosni Mubarak rejeitar uma transição imediata de poder. O presidente assegurou, na noite de terça-feira (01/02), que não concorrerá a um novo mandato nas eleições de setembro , pondo fim a 30 anos de poder, mas os protestos continuaram. A principal exigência dos manifestantes é a saída imediata de Mubarak.

Não se sabe ao certo como o confrontro entre apoiadores e opositores ao regime de Mubarak começou, mas imagens feitas a partir do local mostravam cidadãos jogando paus, pedras e usando até espadas. Tiros foram ouvidos em determinados momentos. Conforme os minutos passavam, era possível ver os feridos sendo carregados. De acordo com o Movimento 6 de Abril, contrário a Mubarak, mais de 500 pessoas ficaram feridas – ainda não há informações sobre mortos.

Não é possível identificar a quais grupos os manifestantes que aparecem nas fotos pertencem – emissoras de televisão como a Al Jazeera chegaram a afirmar que membros dos que protestam a favor de Mubarak pertencem à polícia, pois carregavam documentos da instituição e usavam coletes à prova de balas. 

Reação

O governo dos Estados Unidos manifestou “preocupação” com as prisões e ataques à imprensa no Egito. “O caminho do Egito  rumo à mudança democrática tem que ser pacífico”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley, em mensagem pelo Twitter. Mais tarde, enquanto os confrontos aconteciam na Praça Tahrir, Crowley escreveu que “ambos os lados” deveriam interromper a violência, o que provocou a ira dos opositores a Mubarak, que afirmam não terem iniciado o conflito. 

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, condenou categoricamente os ataques contra manifestantes pacíficos no Egito, e qualificou as ações como “inaceitáveis”. “Peço mais uma vez contenção a todas as partes. Qualquer ataque contra manifestantes pacíficos é inaceitável, e o condeno nos termos mais duros”, declarou o máximo representante da ONU.

Serviço

A Embaixada do Brasil no Cairo colocou à disposição dos brasileiros os seguintes números telefônicos: (00xx202) 2575-6877 e 2577-3013. O número do plantão diplomático é: (00xx2010) 8177678.

O governo pede aos brasileiros que estão no Egito, e têm dificuldades para contatar a embaixada (por conta dos cortes nos telefones locais), que entrem em contato com autoridades diretamente no Brasil, deixando o endereço de seus hotéis e o número de seus quartos. Os contatos serão então repassados à embaixada no Cairo, que os procurará. Os telefones e e-email são:

E-mail: dac@itamaraty.gov.br

Telefones: 55 (61) 3411-9718, 3411-8804, ou 3411-8808.

Fotos da Agência Efe

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