Os líderes das paralisações na região de Magalhães, no sul Chile, rejeitaram o anúncio feito pelo governo sobre a aplicação da lei de Segurança Interna do Estado, destinada àqueles que “excedem os limites de segurança no país”.
As rotas de acesso a Punta Arenas, uma das principais cidades da região, seguem bloqueadas desde a madrugada da última terça-feira. O bloqueio está sendo um dos principais artifícios dos manifestantes.
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O ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter, anunciou que a lei será aplicada porque “a conduta que tem sido tomada na região de Magalhães passou dos limites de um legítimo protesto cidadão”.
Segundo o prefeito de Punta Arenas, Vladimiro Mímica, o anúncio do governo é o mesmo que “apagar o fogo com gasolina, uma reação inadequada”.
Para ele, o protesto em Magalhães “tem ocorrido, na maior parte, de maneira muito pacífica e não foram cometidos excessos, com a exceção de um acidente”, disse a respeito da morte de duas mulheres no início da mobilização.
Dalivor Eterovic, um dos porta-vozes da Assembleia Cidadã de Magalhães, declarou à radio Cooperativa que o anúncio da aplicação da lei “não mudará em nada a situação, porque aqui o que existe é uma grande manifestação cidadã”.
Segundo Eterovic, “não foi quebrado um vidro sequer durante os protestos”.
“Isso só tem cabimento em um governo liderado por Sebastián Piñera [presidente chileno], que é um governo de direita, autoritário e que utiliza a violência para resolver seus problemas”, concluiu.
Na mesma rádio, a deputada de oposição Carolina Goic classificou o anúncio como “uma provocação”. “Eu gostaria que os ministros Hinzpeter e [Laurence] Golborne [de Minas e Energia], tivessem vindo para cá e dessem conta do que está acontecendo em Punta Arenas e como a população está saindo às ruas de forma pacífica”, disse.
Dois policiais ficaram feridos na noite de domingo ao serem agredidos durante uma ronda, mas não se sabe se isto está ligado aos protestos.
O novo ministro de Minas e Energia, Laurence Golborne explicou que o anúncio da aplicação da lei de Segurança foi feito para “prevenir uma situação de calamidade pública que pode complicar a vida de uma série de pessoas”.
A paralisação é apoiada pela população local e por associações de transporte. Os manifestantes exigem a anulação da alta no preço do gás (de 16,8 %, aplicada recentemente).
A região de Magalhães fica no extremo sul do Chile e tem uma temperatura média de 5° Celsius, o que faz com que a maioria dos moradores dependa do gás para se aquecer.
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