A comissão independente criada para avaliar a conduta das forças de segurança norueguesas durante os atentados ocorridos no país em julho do ano passado informou que a polícia não atuou com a velocidade necessária. O relatório final, divulgado nesta segunda-feira (13/08), afirma ainda que a ação terrorista poderia ter sido evitada.
Segundo o relatório, o autor dos ataques, o ultradireitista Anders Behring Breivik, poderia ter sido preso até mesmo antes de instalar bombas na capital.
No dia dos ataques, em 22 de julho de 2011, Breivik explodiu uma bomba em frente ao edifício governamental em Oslo, onde se localizam os gabinetes do primeiro-ministro, provocando a morte de oito pessoas. Em seguida, vestido de policial, se dirigiu para a ilha de Utoeya, que realizava um acampamento de verão da juventude social-democrata, em que conseguiu matar 69 pessoas a tiros. Entre a instalação das bombas e a prisão do terrorista na ilha se passaram três horas.
A comissão, que recebeu o nome de “Comissão 22 de julho”, afirma que a polícia “falhou” no objetivo de “proteger as pessoas” que estavam no local das duas tragédias. O relatório, lido pela jurista Alexandra Bech Gjorv, recomenda a adoção de “novas medidas preventivas” para impedir que eventos como esse se repitam no futuro.
Além disso, destaca como positiva a “boa comunicação” do governo com os cidadãos, assim como o fato de que os ministérios conseguiram retomar quase imediatamente suas tarefas e continuar funcionando com normalidade, apesar da devastação provocada pela bomba.
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A comissão independente foi criada em agosto do ano passado, diante da crescente pressão midiática e social para analisar os supostos erros cometidos pela polícia.
O objetivo do grupo, integrado por dez pessoas, entre juristas e especialistas, era elaborar uma avaliação independente do trabalho policial, além de fazer recomendações para prevenir ameaças futuras.
Para isso sua tarefa era analisar todos os aspectos relevantes do ocorrido, de forma rigorosa e objetiva, sem se concentrar em atuações individuais, mas na totalidade da operação.
A comissão foi criada por ordens do primeiro-ministro, Jens Stoltenberg, com o respaldo da coalizão que forma o governo.