O bloco da chanceler alemã Angela Merkel, formado pela União Democrata Cristã (CDU) e pela União Social Cristã (CSU) entrou em acordo com o Partido Social-democrata (SPD) para negociar a formação de uma coalizão no Bundestag (o parlamento do país), anunciaram nesta quinta-feira (17/10) os líderes das agremiações. O acerto saiu depois de três reuniões exploratórias entre os dois partidos.
“Acreditamos que conseguimos achar uma base comum com a União [como é chamado o bloco]”, afirmou o chefe do SPD, Sigmar Gabriel.
O bloco CDU/CSU precisa se juntar a alguma outra agremiação no parlamento para ter maioria para governar. Nas últimas eleições, ele recebeu 41,5%, mas não conseguiu ter a maior parte das cadeiras no Bundestag. Existe a possibilidade de um governo de minoria, apesar de isso nunca ter acontecido na história recente da Alemanha.
Os Verdes, que poderiam formar maioria com o bloco cristão, excluíram a possibilidade nesta semana, após conversas exploratórias.
Para que a coligação seja feita, o acordo precisará ser submetido aos delegados dos partidos. Somente assim, começam as negociações definitivas, com divisão de cargos e discussão de propostas.
Os social-democratas defendem a implantação de um salário mínimo, de € 8,50 por hora – o que enfrenta resistências entre os governistas. No entanto, Gabriel não entrou em detalhes sobre os pontos que têm sido discutidos entre os partidos, de acordo com o jornal Berliner Morgenpost, mesmo deixando claro que o tema é crucial para o SPD.
“A União sabe que uma cobertura salarial oficial de € 8,50 é uma obrigação central, sem a qual não faz sentido para o SPD fazer uma coalizão”, afirmou o líder do partido.
O primeiro governo de Merkel, entre 2005 e 2009, era sustentado por uma coligação com o SPD. A união foi desfeita após o Partido Democrático Liberal (FDP, na sigla em alemão) ter conseguido o melhor resultado da história nas eleições de quatro anos atrás, abrindo a possibilidade de uma coalizão com o bloco cristão. Em 2013, o FDP não conseguiu passar a cláusula de barreira de 5% dos votos e ficou de fora do Bundestag.