O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, anunciou nesta segunda-feira (04/01) que irá oferecer asilo político a Julian Assange, fundador do Wikileaks, após o Reino Unido negar extraditá-lo aos Estados Unidos.
O mandatário celebrou a decisão da Justiça britânica de não extradição declarando que a medida foi um “triunfo”. “Celebro que a Inglaterra tenha dado proteção a [Julian] Assange, que sua extradição para os Estados Unidos não foi autorizada. Acredito que seja um triunfo da justiça. Comemoro o fato da Inglaterra agir dessa forma, porque ele é jornalista e merece uma oportunidade”, disse.
Em seguida, Obrador declarou que é favorável que o ativista australiano tenha indulto e pediu que o Ministério de Relações Exteriores realize os “tramites correspondentes para que seja solicitado ao governo de Reino Unido a possibilidade que Assange fique em liberdade e que o México lhe ofereça asilo político”.
“[Essa] é nossa tradição, que é a proteção. Ao mesmo tempo, é a responsabilidade de cuidar para que aquele que receba o asilo não intervenha ou interfira nos assuntos políticos de nenhum país”, afirmou.
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Julian Assange está preso desde maio de 2019 em Londres; EUA devem recorrer da decisão de não extradição
Extradição
Mais cedo nesta segunda, a juíza Vanessa Baraitser rejeitou a extradição de Assange pela indicação de que o ativista poderia se suicidar caso fosse transferido para território norte-americano, onde poderia pegar uma pena de até 175 anos de detenção.
“Acredito que a condição mental do sr. Assange é tal que seria opressivo extraditá-lo aos Estados Unidos da América”, disse Baraitser em sua decisão. No entanto, os advogados de Washington deve recorrer da decisão para tentar fazer com que o australiano responda aos 17 crimes ao qual é acusado.
O ativista ficou por sete anos em asilo político na embaixada do Equador em Londres, mas perdeu o status após o presidente equatoriano Lenín Moreno suspender a decisão de abrigo. Assange foi encaminhado ao presídio de Belmarsh, em Londres, onde está preso desde maio do ano passado.
O fundador do Wikileaks tornou público diversos documentos que indicam crimes de guerra cometidos pelo Exército norte-americano no Afeganistão e no Iraque. O governo dos Estados Unidos acusa o ativista de espionagem e conspiração contra o país.
(*) Com Ansa.