A chanceler do México e presidente da 16ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança Climática (CoP-16), Patricia Espinoza, fez um pedido da confiança dos participantes nesta segunda-feira (6/12).
“Nenhuma conferência tem frutos se não existe confiança entre as partes envolvidas e o processo”, disse.
Ela destacou que não existe um “documento oculto nem negociações secretas” e que seguirá trabalhando nas questões levantadas pela ONU. A declaração da diplomata se deve à desconfiança crescente no encontro realizada em Cancún, onde a principal demanda dos países participantes é que as reuniões se realizem com transparência, equilíbrio e inclusão.
Bolívia, Nigéria, Filipinas, Austrália, Iêmen, Afeganistão e Congo exigiram que todas as decisões sejam tomadas no âmbito da CoP-16, respeitando a soberania dos Estados e acelerando o processo. Os representantes exigem que seja agilizado o ritmo das negociações para terminar a reunião com acordos satisfatórios.
A delegação colombiana, por exemplo, disse que, apesar do compromisso de transparência de Espinosa, “o fantasma de Copenhague continua” – em referência à falta de decisões coletivas, tomadas apenas pelos países mais ricos. O lado colombiano pede que os participantes validem a presidência do México e abandonem “as ameaças” de deixar o Protocolo de Quioto para trás. Já a Venezuela considerou necessário o envio de uma mensagem “contundente” de que o sistema das Nações Unidas pode gerar respostas adequadas.
Repetir posturas
“Toda a humanidade está representada aqui por nossas bandeiras, se fracassarmos será por falta de imaginação”, alertou a delegação venezuelana, que juntamente à Colômbia, solicitou que trabalhem para conseguir acordos, sobre tudo porque suas nações já sofrem consequências do clima.
O Chile defendeu que o “multilateralismo” é o único caminho para enfrentar a mudança climática e convidou a busca por um acordo que permita entregar “um poderoso sinal político de responsabilidade em seu conjunto”.
Connie Hedegaard, da União Europeia, disse que dentro de sua delegação existe a preocupação de que, ainda que existam progressos feitos nos acordos “os textos sobre a mesa não estão prontos para serem assinados.” Para ela é preciso negociar, para não repetir as “posturas nacionais”.
Colaboração
O presidente mexicano, Felipe Calderón, advertiu que “essa é a hora de superar diferenças” a fim de impulsionar “ações concretas” contra a mudança climática, e que a humanidade “espera nossa atuação diante desse grande desafio”.
A declaração foi feita de fora da CoP-16 , durante a visita do primeiro-ministro da província canadense do Québec, Jean Charest. Os governantes revisaram as principais estratégias que “tem desenvolvido sobre mudança climática” e analisaram “esquemas de colaboração de governos nacionais e regionais frente ao aquecimento global”.
A presidência mexicana disse que Charest é “um dos líderes locais mais ativos e comprometidos com a busca de soluções”. Quebec impulsionou o desenvolvimento de energias alternativas e a transferência de tecnologia nessa área, disse.
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