Os gigantes da informática Microsoft, Google e Facebook afirmaram nesta segunda-feira (11/11) que nem a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA), nem governo nenhum do mundo, têm acesso direto aos dados pessoais de seus clientes.
Diretores destas três multinacionais americanas negaram hoje – durante a nona audiência realizada no Parlamento Europeu (PE) sobre a espionagem da NSA – que esta agência tenha acesso direto a seus servidores.
O jornal Washington Post publicou em outubro que a NSA se infiltrou em centros de dados do Google e do Yahoo! no mundo todo e teve acesso a centenas de milhões de contas de usuários, baseado em documentos do ex-analista da NSA Edward Snowden.
Yahoo! e Amazon rejeitaram o convite da Comissão de Liberdades Civis do PE, enquanto uma delegação de eurodeputados se reuniu em outubro com representantes da Apple.
Enquanto isso, o congressista americano Jim Sensenbrenner assegurou aos eurodeputados que os supostos abusos da NSA aconteceram fora do controle do Congresso dos EUA e que espera que, após o escândalo, a supervisão de suas atividades seja “muito mais rigorosa”.
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Os representantes de Google, Facebook e Microsoft defenderam a integridade de seus produtos e negaram as acusações de que permitem à NSA acessar os dados pessoais de seus usuários através de uma “porta traseira”. “O governo dos Estados Unidos não teve acesso aos servidores do Google, nem diretamente, nem através de uma porta traseira”, afirmou o diretor de Relações Públicas e Governamentais, Nicklas Lundblad.
Não há porta traseira, diz Microsoft
O eurodeputado Christian Engström perguntou aos diretores se poderiam dizer publicamente que a NSA os obrigou a instalar uma “porta traseira” em seus serviços para acessar os dados, e a vice-presidente jurídica da Microsoft, Dorothee Belz, respondeu que não a há.
De acordo com as revelações de Snowden, a NSA trabalha com um programa chamado Prism que permite a seus agentes acessar diretamente os dados armazenados em companhias como Google, Microsoft, Apple, Facebook e Skype.
“Não há uma porta traseira. Mas hipoteticamente, se houvesse uma, suponho que não poderia falar disso”, disse. Ela ressaltou que não se pode esperar de uma companhia que infrinja a lei com consequências que poderiam colocar seu presidente na prisão. A direção da Microsoft garantiu não conhecer o Prism, tampouco participar dele ou dar ao governo dos Estados Unidos acesso a dados.
Segundo o representante do Google, “não havíamos ouvido nada de nenhum programa Prism e Tempora antes que saíssem nos meios de comunicação”.
Richard Allan, do Facebook, explicou que sua empresa está submissa a “múltiplas responsabilidades” legais com relação aos Estados Unidos e Irlanda, a sede europeia da rede social, e com o país que emite uma solicitação sobre dados.
“Passamos muito tempo fazendo equilíbrios para não violar nenhuma lei”, ressaltou, e não deixou de se queixar da falta de transparência dos governos sobre os dados que pedem e sugeriu que eles publiquem estatísticas sobre suas solicitações.
Na primeira metade de 2013, os EUA fizeram ao Facebook entre 11 mil e 12 mil solicitações, pediu efetivamente informação de cerca de 20 mil contas, números que incluiriam pedidos feitos em nome de países terceiros, como podem ser Estados-membros da UE através dos acordos sobre Assistência Legal Mútua.