Cerca de 11 mil pessoas, segundo a polícia, protestaram hoje (8/7) em Atenas de forma pacífica contra a reforma da Previdência, em um novo dia de greve geral que paralisou o transporte e a administração pública na Grécia.
Os sindicatos asseguraram que 20 mil se reuniram diante do Parlamento em protesto pela tramitação da lei que impõe cortes nas aposentadorias, embora tenham reconhecido que a adesão à manifestação ficou abaixo do esperado.
Giannis Panagopoulos, presidente da Confederação de Trabalhadores da Grécia (GSEE) que representa 1,5 milhão de empregados, declarou à Agência Efe que “a resposta nos postos de trabalho foi muito alta, perto de 80%”. Mesmo assim, admitiu que a participação na rua “foi baixa” e atribuiu à paralisação total do transporte, “o que torna difícil o acesso dos manifestantes ao centro”.
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Na mesma linha se expressou a União de Funcionários Civis (Adedy) que relacionou a pouca participação nas manifestações também a falta de transporte. Um porta-voz da Adedy declarou à Efe que “as pessoas não saíram às ruas, mas faltaram ao trabalho”.
O único incidente foi registrado ao fim de uma manifestação nos limites da Universidade de Atenas, onde um grupo de manifestantes agrediu um policial à paisana. De acordo com a polícia, os manifestantes em Atenas não superaram os 11 mil, embora tenha ressaltado que os protestos “transcorreram de forma pacífica”.
O centro de Atenas ficou fechado ao trânsito desde o início da manhã até depois do meio-dia, o que gerou grandes congestionamentos. Muitos comércios abriram hoje apesar dos pedidos dos sindicatos de que fechassem as portas. Mais de cem voos domésticos e internacionais foram alterados ou cancelados e oito conexões de navio a partir da Grécia continental às ilhas foram canceladas e muitas outras sofreram atrasos.
A greve afetou também à administração pública, o atendimento de saúde – salvo os casos de urgência – e as empresas públicas.
Reforma
A reforma do sistema de Previdência, aprovada preliminarmente nesta madrugada no Parlamento grego durante uma sessão extraordinária, eleva a idade média da aposentadoria para os 65 anos, aumenta de 35 para 40 anos de contribuição para obter a pensão máxima, equipara a idade de aposentadoria feminina à masculina e reduz o valor dos pagamentos em média em 7%.
Apesar da rigidez das medidas, as pesquisas divulgadas por vários meios indicam que a metade dos gregos considera a reforma necessária para a solvência dos cofres públicos. O plano faz parte do pacote de austeridade que a Grécia fechou com a União Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional) para obter 110 bilhões de euros em créditos para salvar ao país da falência.
A Adedy informou à Efe que na próxima semana será realizado um novo protesto por causa da votação.
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