Combatentes do Estado Islâmico assumiram neste sábado (04/10) o controle da colina Machta Nour, posição estratégica junto ao reduto curdo-sírio de Kobani, na fronteira com a Turquia. Os confrontos entre as Unidades de Proteção do Povo Curdo e os jihadistas deixaram pelo menos 16 membros do EI e 11 militantes curdos mortos, informou neste domingo (05/10) o OSDH (Observatório Sírio de Direitos Humanos).
Segundo o oficial de Relações Exteriores de Kobani, Idris Nassan, combatentes do EI estão a dois quilômetros do centro da cidade. “Dá para ouvir as bombas e os tiros daqui”, falou ao jornal britânico The Guardian. Segundo ele, os bombardeios aéreos por parte da coalizão liderada pelos EUA não estão impedindo o avanço do EI. “Ataques aéreos não são o suficiente para derrotar o EI em Kobani. Eles estão atacando a cidade por três lados e os jatos não são capazes de atingir cada combatente do EI. Precisamos de apoio por terra”, declarou Nassan, que acrescentou que no momento não há planos de evacuar a cidade. “Muitas pessoas já abandonaram Kobani, mas ainda há milhares de civis na cidade.”
Agência Efe
Explosão em Kobani durante confronto entre militantes das Unidades de Proteção do Povo Curdo e combatentes do EI na sexta (03/10)
Explosão em Kobani durante confronto entre militantes das Unidades de Proteção do Povo Curdo e combatentes do EI na sexta (03/10)
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O The Guardian informou que o partido União Democrática Curdo-Síria enviou o co-presidente da organização, Saleh Muslim, a Ancara, para a realização de reuniões com autoridades de segurança da Turquia neste fim de semana. O tópico das reuniões seria a possibilidade de a Turquia auxiliar na defesa de Kobani contra o EI.
“Pedimos que a comunidade internacional nos ajude a defender Kobani. Como a Turquia decidiu se unir à coalizão internacional de combate ao EI, nós pedimos que ela também nos ajude”, explicou Nassan. Ancara aprovou a moção que autoriza a realização de incursões militares no Iraque e na Síria na última quinta-feira (0210), sinalizando uma “aliança” entre turcos e separatistas curdos, adversários há mais de 20 anos. “Se o Estado Islâmico dominar Kobani, ele estará à beira da fronteira com a Turquia. Isso não diz respeito somente a nós, mas à Turquia também”, comentou Nassan.
Apoio do Talibã paquistanês ao EI
Segundo a BBC, o Talibã paquistanês declarou no último sábado (04/10) apoio aos combatentes do Estado Islâmico na Síria e no Iraque. O líder do TTP (Tehreek-e-Taliban Pakistan), Maulana Fazlullah, expressou em comunicado “orgulho” pelo avanço do EI. “Estamos orgulhosos de suas conquistas contra os inimigos. Nestes tempos conturbados, pedimos que vocês sejam pacientes e permaneçam unidos, como seus inimigos estão unidos contra vocês. Esqueçam rivalidades.” Fazlullah também afirmou que a comunidade muçulmana internacional estaria “junto com vocês nestes tempos difíceis, para ajudar como pudermos.”
Apesar da declaração de apoio, não há evidências de uma aliança entre o Estado Islâmico e o TTP. No entanto, de acordo com a BBC, recentemente apoiadores do EI distribuíram panfletos em apoio ao grupo jihadista na cidade de Peshawar, no norte do Paquistão.
*Com informações da Agência Efe