O novo ministro de Economia da França, Pierre Moscovici, afirmou nesta quinta-feira (17/05) que o país não irá ratificar o tratado europeu de austeridade sem um garantias de medidas de estímulo ao crescimento.
Adotado no último mês março pela Zona do Euro, o acordo obriga os países signatários a cumprir orçamentos equilibrados e a se manter dentro de estritos limites de endividamento.Não cumprir essas condições significa o decreto de sanções automáticas pelo bloco.
“Foi dito com clareza que o tratado não será ratificado pelo Estado e que deve ser complementado com um componente de crescimento, uma estratégia de crescimento”, disse Moscovici à emissora francesa BFMTV.
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O novo presidente francês, François Hollande, que assumiu o cargo na última terça-feira (15/05) prometeu abrir uma nova via para a Europa, na qual se combinem medidas para reduzir a dívida pública ao lado de um indispensável estímulo à economia.
Em todo o continente, as recortes sociais e as reduções de salários e pensões defendidas pela chanceler alemã, Angela Merkel, e o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy geraram uma onda de descontentamento entre a massa de desempregados.
“A Europa nos olha. A austeridade não pode ser uma fatalidade”, disse Hollande em seu primeiro discurso depois de eleito. Ele acrescentou que seu objetivo será “dar à construção europeia uma nova dimensão”.
No último mês de março, a taxa de desemprego na Zona do Euro atingiu seu pior índice nos últimos 15 anos, com o equivalente a mais de 17 milhões de pessoas excluídas do mercado de trabalho.
“Meço o peso dos problemas que devemos enfrentar: uma dívida massiva, um crescimento fraco, um desemprego elevado, uma competitividade degradada, uma Europa que sofre para sair da crise”, assinalou Hollande depois de tomar posse. O tema foi objeto de análise no primeiro encontro com a chanceler alemã em Berlim, onde o mandatário francês propôs que “todas as ideias devem estar sobre a mesa”.