O ataque a bomba contra a embaixada dos Estados Unidos em Ancara, na Turquia, ocorrido nesta sexta-feira (02/02) teria sido realizado por uma organização de extrema-esquerda, afirmou o ministro do Interior turco, Muammer Guller. O incidente provocou a morte de duas pessoas: um agente de segurança e o suspeito de ter sido o responsável pela explosão, apontado pelo governo como um homem-bomba terrorista. Uma mulher se encontra em estado grave. As informações são da agência de notícias France Presse.
“As primeiras pistas indicam que o kamikaze era um militante de uma organização clandestina de esquerda”, disse o ministro, sem dar o nome da organização nem fornecer maiores detalhes. “Suas impressões digitais estão sendo analisadas”. Até o momento, nenhum grupo reivindicou o ataque.
O suposto atentado ocorreu no início da tarde local em uma entrada secundária da embaixada, destinada ao serviço de vistos. Segundo as imagens da emissora NTV, a explosão fez um buraco na parede do prédio.
“Houve dois mortos, o terrorista e um agente de segurança turco. Uma mulher que se encontrava ali para um pedido (de visto) ficou ferida”, declarou o governador de Ancara, Alaadin Yuksel, a vários jornalistas em frente à embaixada.
A mulher ferida, de 30 a 35 anos, está em estado crítico, indicaram fontes médicas citadas pela agência Anatolia.
A explosão provocou danos em edifícios próximos, mas não afetou o interior da embaixada, situada no bairro diplomático da capital turca, segundo um funcionário turco da embaixada.
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“Ocorreu uma explosão na embaixada dos Estados Unidos por volta das 13h15 (9h15 de Brasília). A polícia turca adotou as medidas apropriadas e está investigando o incidente”, afirmou a embaixada em um comunicado.
“Estamos tristes, perdemos um dos guardas turcos”, declarou à imprensa o embaixador norte-americano, Francis Ricciardone. “Nós nos sentimos seguros graças a sua ação”, acrescentou o diplomata dirigindo-se às autoridades turcas. “Estamos junto com pessoas amigas (…) seguiremos combatendo o terrorismo juntos”, acrescentou o embaixador.
Muitos veículos de bombeiros e ambulâncias se dirigiram rapidamente ao local do atentado, para onde também foram os principais líderes da polícia turca e funcionários do ministério das Relações Exteriores.
A explosão “pareceu um terremoto”, disse à AFP Ahmet Mete, que trabalha para uma companhia de seguros, ao comentar a explosão.
“Todos os dias centenas de pessoas vêm pedir um visto. A região é muito protegida há anos. Há três postos de controle nesta rua”, disse Mete.
A explosão ocorreu poucos dias após Estados Unidos, Alemanha e Holanda, no âmbito da Otan, terem mobilizado em território turco baterias de mísseis Patriot, destinados a proteger a Turquia de eventuais ataques sírios.
“Nossas unidades de segurança trabalham ativamente para esclarecer a situação e deter o mais rápido possível os culpados”, declarou o ministro turco das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, de Belgrado.
Já o primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, destacou durante um ato em Istambul a necessidade de “desenvolver juntos o combate contra o terrorismo em todo o mundo”.
Em 2008, três policiais que protegiam a porta de entrada do consulado dos Estados Unidos em Istambul morreram ao serem metralhados por três militantes de orientação islâmica, que também faleceram durante o ataque.