O ministro da Indústria de Israel, Binyamin Ben-Eliezer, e o ministro de Assuntos Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, mantiveram uma reunião em segredo para tentar superar a crise entre os dois países após o ataque israelense à frota humanitária que se destinava a Gaza.
O encontro, segundo informou a imprensa israelense, aconteceu na quarta-feira (30/06) em Zurique e foi promovido pelo embaixador dos Estados Unidos em Ancara e por um empresário israelense com negócios na Turquia. Foi a primeira vez que ministros dos dois países se reuniram desde os ataques aos navios que se dirigiam a Gaza com ajuda humanitária.
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O incidente causou a morte de nove ativistas turcos no último dia 31/06 e suscitou uma grande crise diplomática entre os dois países. Ben-Eliezer, membro do Partido Trabalhista israelense e com estreitas relações no Governo e Exército turcos, tinha solicitado a reunião há três semanas por conta de uma proposta do empresário, mas o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não a autorizou porque considerava “muito cedo”.
Na semana seguinte, após encontro com o líder trabalhista Ehud Barak, Netanyahu autorizou o início das negociações que conduziram à reunião de quarta-feira (30/06), realizada sob máximo segredo, e sem que o ministro israelense de Assuntos Exteriores, o ultradireitista Avigdor Lieberman, tivesse conhecimento.
“O ministro de Exteriores considera muito grave que a reunião tenha sido realizada sem o conhecimento do Ministério, o que supõe um grave dano à confiança entre o primeiro-ministro e o ministro de Exteriores e às normas de Governo”, comunicou o escritório de Lieberman ao ser informado do encontro.
Netanyahu afirmou que o ministro não foi informado com antecedência devido a “razões técnicas”. Não foram publicadas informações sobre a reunião em si, mas segundo o jornal israelense “Ha'aretz”, o principal objetivo do encontro era reparar as relações diplomáticas.
Israel e Turquia estabeleceram uma aliança política, diplomática e militar em meados dos anos 90. A parceria começou a ruir em dezembro de 2008, com a ofensiva israelense “Chumbo Fundido” à Faixa de Gaza, na qual morreram aproximadamente 1.400 palestinos.
O ataque à frota humanitária e a morte dos ativistas levou a Turquia a exigir a seu ex-aliado que pedisse perdão e aplicasse uma mudança de política em relação aos palestinos como condições para restabelecer as estreitas relações bilaterais.
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